Carlos César acusa Montenegro de desorientação
Presidente socialista considera que o líder do PSD “só se deve queixar de si próprio e dos seus adversários internos”.
O presidente do PS, Carlos César, acusou esta segunda-feira o líder do PSD de estar desorientado e rejeitou ter tido alguma vez dificuldade em formar equipas nos 16 anos que esteve à frente do governo dos Açores.
"O meu único comentário é o de dizer ao dr. Montenegro que nunca tive dificuldades em formar equipas, nem com as equipas que formei em 16 anos de governo nos Açores e que não são conhecidos, em todo esse período, 'atropelos democráticos', ou, sequer, processos judiciais por abusos de poder e, ainda menos, corrupção", disse o presidente do PS, em declarações à agência Lusa, em resposta a acusações que lhe foram dirigidas esta tarde pelo líder social-democrata.
Carlos César justificou as palavras do presidente do PSD com desorientação. "Percebo a sua desorientação, mas ele só se deve queixar de si próprio e dos seus adversários internos", declarou o presidente dos socialistas
Luís Montenegro considerara durante a tarde que o presidente do Partido Socialista não é um exemplo a formar equipas e a criar condições de governabilidade.
"O doutor Carlos César acho que está equivocado e, se há coisa que ele não é, é exemplo em formar equipas e em poder criar condições de governabilidade, porque são conhecidos todos os atropelos democráticos que cometeu enquanto foi presidente do governo regional dos Açores", alegou.
O presidente do PS afirmou no sábado que os casos que envolveram membros do Governo e autarcas não foram bons, afectaram a democracia e defendeu que se impõe maior cuidado nas escolhas em todas as instâncias do partido.
Ao longo desta segunda-feira, em que marcou presença em Coimbra, Luís Montenegro disse aos jornalistas que ficou apreensivo com as declarações de Carlos César, que "não é propriamente um exemplo nesse domínio". "Mas enfim, vale o que vale, ele é presidente do Partido Socialista e nós temos que conviver democraticamente com aqueles que representam os nossos partidos adversários", acrescentou.
De acordo com o presidente do PSD, a democracia portuguesa "fica enfraquecida com todos os casos que têm envolvido membros do Governo e outros agentes políticos que não são membros do Governo".