Faro abre centro de recolha com capacidade para 170 animais

Segundo o presidente da Câmara de Faro, o objectivo é tratar e registar os animais errantes do concelho para que “depois possam ser entregues à população”. O espaço custou 1,4 milhões de euros.

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Centro de Recolha Oficial de Animais de Faro LUSA/LUÍS FORRA

O Centro de Recolha Oficial de Animais de Faro, um investimento de 1,4 milhões de euros e com capacidade para 170 cães e gatos, foi inaugurado esta segunda-feira. "O objectivo é criar condições para que os animais errantes do concelho possam ter tratamento, possam ficar registados e depois possam ser entregues à população", afirmou aos jornalistas o presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau (PSD), à margem da inauguração do espaço, que já conta com sete animais.

Este equipamento, situado na zona de Guilhim, numa área isolada na freguesia de Santa Bárbara de Nexe, no interior do concelho, vem colmatar uma lacuna que se fazia sentir em Faro há dezenas de anos.

"É um projecto que, para quem anda aqui já há alguns anos, como é o meu caso, foi sempre muito solicitado pela população", admitiu o autarca farense, destacando que, fora da zona citadina do concelho, existem "matilhas de cães que provocam problemas".

Antes, a autarquia não tinha condições para receber e tratar animais errantes, que eram recuperados em clínicas e depois entregues a associações de apoio a animais, mas, a partir de agora "será diferente", declarou Rúben Jerónimo, veterinário municipal e responsável pelo centro de recolha.

"Conseguimos receber esses animais, responder de forma mais célere, trazê-los para aqui, onde receberão os primeiros tratamentos e depois cumprem o tempo [de quarentena] que têm de cumprir, caso não tenham identificação electrónica – aparecem ainda muitos animais assim –, passam 15 dias connosco, fazem identificação, a vacinação obrigatória da raiva, são esterilizados e são encaminhados para adopção. Que poderá ser feita aqui, mas continuaremos a contar com associações e canis parceiros", adiantou.

O processo de criação deste equipamento surgiu em 2014, mas atrasou-se depois de a tentativa de o construir num outro terreno ter sido abandonada pelo município. "[A partir de] hoje, teremos um concelho muito mais sustentável, mais amigo do ambiente e mais amigo dos animais", resumiu Rogério Bacalhau.

O centro conta com uma capacidade de 170 animais (120 cães e 50 gatos), incluindo 42 boxes colectivas na área de canil e 16 na zona de gatil. A estrutura vai contar ainda com áreas de circulação exteriores e dois parques lúdicos para animais, além de zonas administrativas e de tratamento e medicina veterinária.

A obra permitirá também acelerar a campanha CED - Capturar-Esterilizar-Devolver, que visa a esterilização dos felinos, "outra problemática grande do concelho", frisou o veterinário municipal.