Como se vive na cidade mais fria do mundo, com 50 graus negativos?

Nesta cidade gélida da Sibéria, o peixe congelado nem precisa de congelador. Um dos truques dado pelas moradoras para enfrentar o frio é usar roupa em camadas, “como uma couve”.

Fish vendors Marina Krivolutskaya and Marianna Ugai pose for a picture at an open-air market on a frosty day in Yakutsk, Russia, January 15, 2023. Yakutsk, one of the Russia's north-most cities, is hit by an extreme cold snap as the air temperature on Sun
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As vendedoras de peixe Marina Krivolutskaia e Marianna Ugai posam para a fotografia num mercado ao ar livre em Yakutsk. Neste mercado, não são precisos congeladores para conservar o peixe congelado Reuters/ROMAN KUTUKOV
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Vista do mercado a céu aberto num dia gélido na cidade siberiana Reuters/ROMAN KUTUKOV
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A vendedora Svetlana Beliaieva num mercado em Yakutsk, na Rússia Reuters/ROMAN KUTUKOV
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Um termómetro mostra a temperatura de 48 graus Celsius negativos em Yakutsk, na Rússia Reuters/ROMAN KUTUKOV
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A vendedora de peixe Aliona Zaitseva num mercado de Yakutsk, na Rússia Reuters/ROMAN KUTUKOV
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Um carro na gélida cidade de Yakutsk, na Rússia Reuters/ROMAN KUTUKOV
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Iegor Diachkovski, de 45 anos, num mercado onde vende peixe em Yakutsk, na Rússia Reuters/ROMAN KUTUKOV

Durante esta semana, as temperaturas caíram a pique para os 50 graus Celsius negativos na cidade siberiana de Yakutsk durante uma vaga de frio que está a ser mais longa do que é normal. Os termómetros chegaram mesmo a marcar -51ºC. Esta cidade é muitas vezes considerada a mais fria do planeta.

Localizada a 5000 quilómetros a Leste de Moscovo, na Rússia, esta cidade mineira vê os seus termómetros ultrapassarem, com frequência, os 40 graus negativos.

“Não dá para lutar contra isto. Ou nos adaptamos e nos vestimos a rigor, ou sofremos”, diz Anastasia Gruzdeva, uma das habitantes desta cidade e que se encontrava no exterior com dois cachecóis, dois pares de luvas e vários gorros e capuzes.

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Anastasia Gruzdeva no exterior gélido em Yakutsk, na Rússia Roman Kutukov/REUTERS

As pestanas e sobrancelhas ficam brancas, cobertas de gelo. Apesar disso, na cidade envolta pelo nevoeiro gélido, Anastasia Gruzdeva desdramatiza: “Não se sente realmente frio na cidade. Ou talvez seja só o cérebro que nos prepara para isto, e diz-nos que está tudo normal”.

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Um dia gélido em Yakutsk, na Rússia, uma das cidades mais a Norte do país, onde as temperaturas chegaram aos 51ºC negativos Roman Kutukov/REUTERS

Outra moradora da cidade, Nurgusun Starostina, vende peixe congelado num mercado sem que tenha qualquer necessidade de usar frigoríficos ou congelador.

Starostina diz mesmo que não há qualquer segredo para se lidar com o frio: “É só vestir de forma quente. Em camadas, como uma couve.”