O “grande simbolismo” do colóquio sobre Amílcar Cabral no Parlamento

A Assembleia da República acolhe esta sexta-feira e no sábado um conjunto de iniciativas, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, sobre Amílcar Cabral.

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Amílcar Cabral morreu em Janeiro de 1973 cortesia da fundacao mario soares

Começa esta sexta-feira, na Assembleia da República, o colóquio “Amílcar Cabral e a História do Futuro”, que vai debater assuntos – há pouco tempo considerados “fracturantes” – como “A guerra colonial e as lutas de libertação: memórias e silenciamentos”. A sessão de abertura é presidida pelo presidente da Assembleia da República e falam os historiadores António Sousa Ribeiro, Fernando Rosas, Joana Dias Pereira, Bruno Sena Martins e Marga Ferré.

Fernando Rosas afirma ao PÚBLICO que o acontecimento tem um “grande simbolismo”: “Ao ser feito num espaço que é a sede da democracia e no quadro das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, o Estado português parece ter dado um passo em frente relativamente àquilo que no passado recente foi alguma timidez e ambiguidade sobre estes assuntos. Não passa despercebido a ninguém o significado do colóquio.”

Na manhã desta sexta-feira há duas mesas de trabalho a decorrer em simultâneo: na já referida “A guerra colonial e as lutas de libertação: memórias e silenciamentos” participam os historiadores Miguel Cardina, Carlos Cardoso, Patrícia Godinho Gomes e Cláudia Castelo, com a moderação de Inês Nascimento Rodrigues. Na mesa com o título “Amílcar Cabral, trajectos de vida e memória viva” vão intervir Iva Cabral, José Neves, Leonor Pires Martins, Julião Soares Sousa e José Pedro Castanheira, moderados por Victor Barros.

Ainda na sexta-feira, às 14h30, há uma conferência de Pedro Pires e à tarde o tema é “Amílcar Cabral: imagem em movimento” com a projecção do filme “O regresso de Cabral”.

No sábado, o historiador Mustafah Dhada participa numa das mesas de trabalho, sobre os textos de Amílcar Cabral. Vão-se debater também as dimensões internacionais da luta pela libertação liderada por Cabral e há um painel sobre os “significados e desafios da descolonização”, com a ex-deputada do Bloco de Esquerda Beatriz Gomes Dias e o historiador Bruno Sena Martins.

Fernando Rosas regista a “evolução”, pelo menos “alguma”, registada no país sobre o tema da descolonização. “Estamos longe do discurso de posse do Presidente Marcelo em que, entre os vários heróis que invocou, falou em Mouzinho de Albuquerque.”

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