Ministro da Administração Interna confia na palavra da secretária de Estado
A secretária de Estado da Protecção Civil nega qualquer envolvimento na nomeação do seu namorado para coordenador da Protecção Civil do Barreiro.
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, afirmou nesta sexta-feira “confiar na palavra” da secretária de Estado da Protecção Civil, Patrícia Gaspar, relativamente à história da nomeação do seu namorado para uma área por ela tutelada. A “palavra” de Patrícia Gaspar é a de que não se envolveu na nomeação do namorado.
“Quando a secretária de Estado me deu conta de que foi interpelada por um órgão de comunicação social, perguntei-lhe se algum dia tinha conversado com o presidente da Câmara [do Barreiro] sobre isso – e ela disse-me que não. Eu tenho por hábito confiar na palavra das pessoas.” Foi assim que José Luís Carneiro reforçou a sua confiança em Patrícia Gaspar, secretária de Estado que tutela uma área — a Protecção Civil — que ficará, no Barreiro, sob coordenação do seu namorado.
Rui Laranjeira foi nomeado coordenador da Protecção Civil do Barreiro no dia 22 de Dezembro. Foi designado por Frederico Costa Rosa, edil da autarquia cuja candidatura autárquica vencedora teve como mandatária Patrícia Gaspar.
“Confio no que me foi dito pela secretária de Estado. Sobre o que tem que ver com a vida íntima, não é matéria que [me] diga respeito nem deva dizer a outros que não os próprios”, reagiu no fim de um seminário sobre segurança interna organizado pela Universidade Portucalense, no Porto.
Todas as demais questões relativas ao caso, entende o ministro, devem ser colocadas à Câmara Municipal do Barreiro. “Pude ler pela comunicação social que [Rui Laranjeira] tem um percurso ligado à protecção civil”, disse, dirigindo-se depois aos jornalistas: “[A sua nomeação] é um assunto que devem colocar à Câmara Municipal [do Barreiro] porque não é uma responsabilidade do Ministério da Administração Interna”, afirmou.
Face à história noticiada, pediu serenidade: para que os cidadãos possam “confiar na democracia”. “Vivemos num tempo que comporta uma grande necessidade de sabermos parar para reflectir e ponderar sobre o que dizemos e fazemos no espaço público. Do que falamos é da confiança dos cidadãos nas instituições democráticas e na democracia”, observou.