Hot Clube encerrado por más condições do edifício
Gerência diz que o encerramento foi feito por ordem da Câmara Municipal de Lisboa após inspecção.
O Hot Clube de Portugal, o clube de jazz mais antigo de Portugal, fechou nesta quarta-feira. O anúncio foi feito pela gerência do clube Lisboeta.
Em comunicado publicado na rede social Instagram, a direcção do Hot Clube, fundado em 1948, esclarece que o encerramento foi feito “por ordem da Câmara Municipal de Lisboa” e se deve a “questões estruturais do edifício”.
“Assim que possível daremos mais informação. Viva o Hot”, conclui a mensagem. O encerramento acontece depois de uma inspecção ao edifício na Praça da Alegria.
Inês Homem Cunha, presidente do conselho de administração do Hot Clube de Portugal, disse ao PÚBLICO que a decisão da câmara enviada ao clube era muito sucinta, mas deixava claro “que toda a estrutura do edifício está muito danificada”.
“A cobertura do prédio deixou passar muita água para todo o edifício e este está, de facto, muito estragado. Pelo que percebemos está mesmo em risco”, afirmou Inês Homem Cunha.
A presidente do conselho de administração revelou ainda que vai ter nesta sexta-feira uma reunião com os responsáveis da Câmara Municipal de Lisboa. “Até agora não sabemos nada, nem podemos fazer nada. Temos de esperar”, acrescentou.
Fonte do gabinete de comunicação da autarquia alfacinha confirmou ao PÚBLICO que o edifício se encontra em muito mau estado e a precisar “de um reforço estrutural urgente, bem como reparação da cobertura”.
O Hot Clube de Portugal, fundado por Luís Villas-Boas, ficou totalmente destruído em 2009 num incêndio no topo do edifício. A casa reabriu em Dezembro de 2011.
O clube de jazz lisboeta acolheu grandes nomes do jazz, como Count Basie, Dexter Gordon, Trummy Young, os músicos da orquestra de Quincy Jones, Herb Heller, Pat Metheny ou Sarah Vaughn e foi o palco privilegiado para muitos nomes do panorama português, de Mário Laginha a Carlos Barreto, de Zé Eduardo a Barros Veloso, de Maria João a Maria Viana.