Dinis Machado à procura da individualidade queer na Sagração da Primavera

Dando sequência a uma série estimulada pela obra de Nijinski, a coreógrafa leva ao Teatro do Bairro Alto uma remontagem desta peça seminal para cinco corpos em busca do seu espaço individual.

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Dinis Machado não quis ter em palco os corpos "tipificados" autorizados pelas escolas de dança Nadja Voorman

Não é situação rara. Acontece muitas vezes que o público, ao entrar na sala para assistir a um espectáculo, encontre os intérpretes já em cena, favorecendo o entendimento de que há algo a acontecer em palco que precede a chegada (e, talvez, se estenda para lá da partida) daquele grupo específico de olhares exteriores. Mas, no caso desta Sagração da Primavera, reimaginada pela coreógrafa Dinis Machado (pronomes ela/dela), há algo de mais concreto que se pressente na entrada para o Teatro do Bairro Alto, em Lisboa, onde a peça se apresenta a partir desta quinta-feira (e até domingo): a existência de um espaço com regras próprias. Mais do que isso até: um espaço onde cada um dos cinco intérpretes (MC Coble, Ves, Mia Meneses, Ali Moini e Sumi Xiaomei) parece reger-se por regras que só a si dizem respeito.

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