IL: Rui Rocha critica Marcelo por “conivência” e diz que PSD é uma “oposição frouxa”

O candidato à sucessão de Cotrim de Figueiredo coloca a ambição dos liberais na fasquia dos 15% do eleitorado, três vezes mais que nas últimas legislativas.

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Rui Rocha quer liberalizar saúde, educação e habitação Rui Soares

O candidato à liderança da Iniciativa Liberal (IL) Rui Rocha acusa o Presidente da República de ser "conivente com a degradação das instituições democráticas" e o PSD de "oposição frouxa", apostando na representação dos liberais nos parlamentos nacionais e europeu.

Estas são algumas das ideias plasmadas num capítulo sobre estratégia externa e que consta da moção global de estratégia, esta tarde apresentada no Porto, com a qual o deputado e dirigente Rui Rocha se apresenta às eleições internas da IL de 21 e 22 de Janeiro, .

Estabelecendo como principal objectivo "tirar o PS do Governo e fazer crescer o liberalismo em Portugal", o candidato garante que sabe "as reformas de que o país necessita" e que tem "a coragem de as implementar, mantendo o partido e o país independentes de quaisquer interesses".

"Infelizmente, não podemos dizer o mesmo de outros agentes políticos que devem ser importantes para a mudança do país. O Presidente da República tem sido conivente com a degradação das instituições democráticas e tem exercido este seu mandato comentando temas superficiais e não agindo nos temas essenciais", sustenta.

As críticas de Rui Rocha são também dirigidas ao PSD, que acusa de ter perdido "a sua energia reformista" e de ter "aversão a muitas ideias liberais", representando "uma oposição frouxa ao PS, procurando ser simples alternância em vez de alternativa, competindo pelos lugares no Estado com o PS".

"Chega, PCP e BE representam o fascínio pelo poder como ferramenta para esmagar aquilo de que desgostam, apelando aos sentimentos mais superficiais das pessoas e fomentando a divisão e conflitualidade social para ganharem votos. São partidos extremistas que pretendem usar o Estado para impor a sua visão de mundo", acrescenta.

Sobre os objectivos do partido para as três eleições que vão decorrer durante o mandato da comissão executiva liberal que sair convenção eleitoral, o candidato aponta a ambição de "ter representação liberal em todos os parlamentos (Madeira, Açores, Nacional e Europeu), rompendo com o bipartidarismo e percorrendo caminho rumo à meta de 15% desejada para as próximas eleições legislativas".

"A Iniciativa Liberal estará preparada para eventuais actos eleitorais antecipados, quer nacionais quer autárquicos, bem como possíveis referendos", assegura. Segundo a moção, "no caso de eleições legislativas antecipadas, a Iniciativa Liberal ambicionará aumentar o grupo parlamentar" - actualmente com oito deputados -, elegendo pelo menos em Lisboa, Porto, Braga, Setúbal e também em Leiria e Aveiro".

Fica também claro que o partido terá como "regra geral" apresentar-se a eleições a solo, recusando coligações pré-eleitorais. "Qualquer acordo pré-eleitoral deve ser validado pelos órgãos do partido mediante análise concreta, sobretudo em eventuais eleições autárquicas, em respeito pelos princípios do partido", antecipa.

A nível programático, o deputado, que teve o apoio imediato do actual líder, João Cotrim de Figueiredo, pretende manter as bandeiras do partido, como a redução do IRS e do IRC, o pacote de privatizações e a liberdade de escolha na saúde e na educação, e anunciou “medidas concretas com as quais visa resolver os problemas diários dos portugueses”, na habitação, na ferrovia e na água. Afirma também o objectivo de “reduzir a despesa pública para 35% do PIB em dez anos” e lançar um sistema de informação da organização do Estado.

A sua marca liberal fica muito clara, não só na educação e na saúde, mas também na estratégia proposta para o sector da habitação, onde pretende revogar o Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU) e o Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE), "substituindo-os por um novo regulamento simplificado, que assegure o indispensável para adaptar o licenciamento às necessidades dos tempos que vivemos - e ainda agilizar o mercado de arrendamento".