Professores em luta lamentam que ministro não antecipe reunião negocial
“Esperávamos do ministro uma atitude construtiva para antecipar a reunião, o que não vai acontecer, pelo que a luta tem de continuar a crescer”, disse o presidente do STOP.
A Federação Nacional de Professores (Fenprof) e o Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP) lamentaram esta sexta-feira que o ministro da Educação não antecipe a reunião negocial agendada para o final do mês. Uma delegação dos dois sindicatos foi recebida por João Costa, em Coimbra, antes de uma reunião do governante com os directores dos agrupamentos de escolas da região Centro, que decorre esta manhã na Escola Secundária Quinta das Flores.
As duas estruturas sindicais entregaram um documento com as reivindicações dos docentes, que desde 9 de Dezembro iniciaram uma greve decretada pelo STOP, que se vai estender, pelo menos, até ao final de Janeiro, alargada também aos trabalhadores não docentes.
“Perante este despertar da classe, esperávamos do ministro uma atitude construtiva para antecipar a reunião, o que não vai acontecer, pelo que a luta tem de continuar a crescer”, disse o presidente do STOP aos jornalistas.
O dirigente anunciou que a luta continua já no sábado, com concentrações em frente às câmaras municipais das sedes de distrito, culminando no dia 14 com uma grande marcha em Lisboa, entre o Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço.
“A escola pública tem de ser um desígnio nacional para uma sociedade mais justa e igualitária”, defendeu André Pestana.
O dirigente da Fenprof Vítor Godinho alertou para o estado emocional dos professores, “que exige respostas rápidas”, considerando que não “é possível continuar a adiar” as soluções que se exigem.
“O senhor ministro ainda não percebeu o que se está a passar. Esperemos que tenha flexibilidade de pensar que estamos num momento crítico, numa profissão que está em declínio”, salientou.
Vítor Godinho considerou que “não basta disponibilidade [do ministro], é preciso ouvir e encontrar soluções”.
Os professores rejeitam a intervenção dos municípios no processo de recrutamento para as escolas, a extinção do quadro de escola, a ausência de contagem de tempo de serviço que esteve congelado, as quotas de acesso aos 5.º e 7.º escalões e a penalização na aposentação após 36 anos de serviço.
Reivindicam ainda aumentos remuneratórios, de forma a compensar a perda do poder de compra verificada desde 2009, e a vinculação dinâmica dos professores contratados.
Cerca de uma centena de professores afectos à Fenprof e ao STOP aguardaram esta sexta-feira o ministro da Educação, empunhando cartazes a exigir “respeito, dignidade e justiça”, vigiados por um forte efectivo policial.
À chegada, João Costa não prestou declarações aos jornalistas.