Americantiga volta a São Roque ainda a celebrar o bicentenário do Brasil
Concerto dirigido pelo maestro Ricardo Bernardes terá obras de D. Pedro de Alcântara, Sigismund Neukomm e José Maurício Nunes Garcia. Este sábado, às 21h, na Igreja de São Roque, em Lisboa.
O primeiro concerto foi em Outubro de 2022 e o segundo realiza-se este sábado. O palco é o mesmo: o da Igreja de São Roque, no Largo da Misericórdia, em Lisboa. E o objectivo é também o mesmo: celebrar os 200 anos da independência do Brasil, com o Americantiga Ensemble, dirigido pelo maestro luso-brasileiro Ricardo Bernardes, fechando o programa (que previa dois concertos) iniciado em 21 de Outubro de 2022, a abrir a 34.ª Temporada de Música em São Roque, com novas obras adequadas às celebrações do bicentenário.
Sob o título Um Reino, Um Império – Música nos 200 anos da Independência do Brasil, serão apresentadas este sábado, de acordo com o programa, “obras musicais inéditas compostas no Rio de Janeiro durante a permanência da corte portuguesa no Brasil”, da autoria de D. Pedro IV (primeiro imperador do Brasil, como Pedro I) (1798-1834), de Sigismund Neukomm (1778-1858), que foi professor de música de D. Pedro no Rio de Janeiro, e José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), “um compositor muito admirado por D. João VI” (1767-1826), pai de D. Pedro e sucessor de D. Maria I no trono de Portugal.
No concerto anterior, o de 22 de Outubro de 2022, foram apresentadas pelo Americantiga Ensemble as obras Missa a cinco vozes e orquestra, de André Silva Gomes (1752-1844), compositor natural de Lisboa e mestre de capela da Sé desde 1774, e Te Deum laudamus a quatro vozes e orquestra, da autoria de João de Deus de Castro Lobo (1794-1832), o principal compositor da época em Vila Rica, Minas Gerais (actual Ouro Preto).
Maestro e musicólogo, Ricardo Bernardes nasceu em Curitiba, em 1976, e vive em Portugal desde 2010. Segundo a sua biografia, “procurou desde sempre misturar a direcção musical com a investigação académica” de modo a “aprofundar os repertórios que tem apresentado em concerto” tendo na sua formação inicial nomes como Dinko Fabris e Harry Crowl. Foi essa razão, aliada a uma paixão pela música antiga e em particular pelo património musical luso-brasileiro, que o levou a fundar, tinha então 19 anos, o Americantiga Ensemble, do qual é maestro e director artístico desde 1995. Com este agrupamento, tem-se dedicado nas últimas duas décadas anos à “execução e gravação do repertório Ibero-americano dos séculos XVII a XIX, com especial ênfase na música vocal, em que se especializou”.
Este concerto do Americantiga Ensemble conta com as vozes de Mariana Castello-Branco (soprano), Kismara Pezzatti (alto), Marcio Soares Holanda (tenor) e Hugo Oliveira (baixo), bem como do Nova Era Vocal Ensemble, sob a direcção de João Barros. A entrada é gratuita, mediante levantamento prévio de bilhetes no Museu de São Roque.