Papa Francisco apelou aos católicos para que rezem pela alma de Bento XVI
O pontífice pediu aos fiéis presentes na Praça de São Pedro para rezarem o mesmo que Jesus disse na cruz: “Pai, em Tuas mãos entrego o Meu espírito.” Estão mais de 60 mil pessoas no Vaticano.
“Esta é a vontade do Meu pai. Quem quer que veja o Filho e creia nele, tenha a vida eterna”, começou por se cantar na Aclamação ao Evangelho. O Papa não leu o Evangelho, mas foi um diácono que cantou a parábola, enquanto Francisco ouviu de cabeça baixa. O líder da Igreja preside ao funeral do seu antecessor, o emérito Bento XVI, nesta quinta-feira, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
O Evangelho escolhido recorda o momento em que Jesus morreu na cruz. “Pai, em Tuas mãos entrego o Meu espírito”, terão sido as suas últimas palavras. Uma expressão que se aproxima das que terão sido também as últimas palavras proferidas pelo Papa emérito Bento XVI antes de morrer: “Senhor, amo-te.”
Em italiano, Francisco começa por recordar essas últimas palavras, que descreve como sendo de misericórdia. “O Senhor carregou aos ombros todas as consequências do Evangelho”, lembra. O pontífice evocou o sentimento de protecção do Senhor e a sua dedicação, comparando-as as com as obrigações de um pastor — as mesmas que enfrentou Bento XVI, definido como um “teólogo”, que apascentou a Igreja entre 2005 e 2013.
Os católicos, como ovelhas apascentadas pelo pastor, comparou Francisco, “querem confiar no Senhor a alma do seu irmão”, o Papa Emérito. Toda a liturgia da missa exequial versou sobre a parábola do Bom Pastor — cantou-se o salmo 23 que diz “O Senhor é meu pastor, nada me faltará”.
Francisco destacou Bento XVI como um “fiel amigo” e pediu pela sua alma: “Que a tua alegria seja perfeita, escutando para sempre a Sua voz e assim contemples a Sua face.” E terminou pedindo a todos os católicos para que digam “Pai em Tuas mãos entregamos o seu espírito”.
Depois da homília, na oração dos fiéis, uma das preces foi rezada em português. Entre os fiéis está o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, que, ao lado de outros líderes mundiais, marca presença a título privado, já que apenas foram convidados os líderes de Itália e da Alemanha. Joseph Ratzinger nasceu em 1927, em Marktl, na Alemanha. Morreu, aos 95 anos, no sábado, 31 de Dezembro. Desde 2013, quando renunciou ao pontificado, vivia num convento no Vaticano.