Diogo Ayres de Campos: mortalidade materna “não é tão grave” como se pensava

Muitas das mortes identificadas não foram mortes maternas, disse o médico no Parlamento. Em causa estava a taxa de mortalidade de 2020, de 20,1 óbitos por 110 mil nascimentos.

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A elevada taxa de mortes maternas estará relacionada com problemas na notificação dos óbitos Nelson Garrido

O relatório final ainda não está concluído, a taxa de mortalidade materna registada em 2020 “não é tão grave como estávamos a pensar inicialmente”, disse o médico Diogo Ayres de Campos, na Comissão Parlamentar de Saúde. Segundo noticiou o Jornal de Notícias em Maio do ano passado, a taxa de mortalidade materna tinha atingido em 2020 os 20,1 óbitos por 110 mil nascimentos, tornando-se o valor mais alto dos últimos 38 anos.

Os dados levaram a Direcção-Geral da Saúde (DGS) a investigar as mortes em causa. No Parlamento, onde foi ouvido por causa do possível encerramento de algumas maternidades, Diogo Ayres de Campos, que faz parte da comissão da DGS que está a fazer a avaliação às mortes maternas, relacionou a elevada taxa com problemas relacionados com a notificação dos óbitos.

“A mortalidade materna, a forma como é identificada no nosso país é através da notificação informática dessas mortes”, explicou, referindo que a metodologia adoptada passou pela realização de visitas presenciais aos hospitais, onde os óbitos foram registados, e pela discussão dos casos. “Os números finais não estão ainda disponíveis, mas acho que não estou a cometer uma inconfidência se disser que muitas destas mortes identificadas como mortes maternas não são de facto mortes maternas”, disse.

“São mortes de senhoras que faleceram durante a gravidez, mas que não se deveram a complicações da gravidez nem foram doenças que foram agravadas pela gravidez”, explicou, referindo que os dados iniciais os alarmaram “muito” porque significariam um grande aumento de mortalidade materna. “Não vos posso dizer que não há aumento da mortalidade materna porque não se chegou ao fim dessa avaliação, mas posso dizer que não é tão grave como estávamos a pensar inicialmente”, disse.

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