Maquinistas da CP em greve por aumentos e melhoria nas condições de trabalho

Paralisação tem início esta terça-feira e terá mais impacto entre 4 e 6 de Janeiro. Sindicato garante que “nunca faz a greve pela greve”.

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De dia 4 de Janeiro ao início de dia 6, maquinistas estarão "em greve à prestação de todo e qualquer trabalho" Paulo Pimenta

O Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) dá início esta terça-feira a uma greve na CP que vai durar toda a semana, para reclamar melhores condições de trabalho e aumentos, segundo um comunicado.

Na nota, publicada no site do SMAQ, a estrutura sindical explicou que a paralisação terá mais impacto entre "as 00h do dia 4 de Janeiro de 2023 e as 24h do dia 5 de Janeiro de 2023", quando os trabalhadores "das categorias representadas pelo SMAQ" se encontram "em greve à prestação de todo e qualquer trabalho".

Por outro lado, "entre as 00h do dia 3 de Janeiro de 2023 e as 24h do dia 8 de Janeiro de 2023, os trabalhadores das categorias representadas pelo SMAQ encontram-se em greve à prestação de trabalho suplementar e trabalho em dia de descanso".

O sindicato deu ainda conta das suas reivindicações na nota, destacando os "aumentos salariais efectivos e valorização da Carreira da Tracção", a "melhoria das condições de trabalho nas cabines de condução e instalações sociais" e das "condições de segurança nas linhas e parques de resguardo do material motor".

O SMAQ exige também a "humanização das escalas de serviço, horas de refeição enquadradas e redução dos repousos fora da sede", a "implementação de um efectivo protocolo de acompanhamento psicológico aos maquinistas em caso de colhida de pessoas na via e acidentes", o "reconhecimento e valorização das exigências profissionais e de formação dos maquinistas pelo novo quadro legislativo" e o cumprimento integral do acordo de empresa.

O sindicato pretende ainda o "reconhecimento de categoria superior aos associados do SMAQ que desempenham/desempenharam serviço em órgãos de acompanhamento de tráfego" e manifesta-se "contra a absurda discriminação das categorias operacionais em matéria de tolerâncias de ponto na quadra festiva".

O sindicato garantiu que "nunca faz a greve pela greve", assegurando que é "sempre uma forma de luta" que só utiliza "em último caso".

"Naturalmente, como é nosso apanágio, estamos sempre dispostos a sentar-nos à mesa para encontrarmos um ponto de acordo se a CP apresentar as propostas e as soluções necessárias, sem mais adiamentos e declarações vagas", referiu.

A CP - Comboios de Portugal prevê perturbações à circulação entre o final de 3 de Janeiro e o início de 6 de Janeiro, devido à greve convocada pelo SMAQ, disse a empresa, em 30 de Dezembro.

A CP explicou, em comunicado, que prevê perturbações à circulação com "especial impacto" entre o final de 3 de Janeiro e o início de 6 de Janeiro.

Para os dias 4 e 5 de Janeiro foram definidos serviços mínimos, que podem ser consultados no site da empresa, para serviços Alfa Pendular e Intercidades; Regional, InterRegional e Internacional; Comboios Urbanos do Porto e de Coimbra e Comboios Urbanos de Lisboa, destacou ainda.

A CP permitirá o reembolso, no valor total do bilhete adquirido, aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, ou "a sua revalidação gratuita para outro comboio da mesma categoria e na mesma classe".

"O reembolso pode ser solicitado nas bilheteiras e em cp.pt através do preenchimento do formulário online, com o envio da digitalização do original do bilhete e indicação de Nome, Morada postal, IBAN e NIF, até dez dias após terminada a greve", destaca a empresa na nota de imprensa.

"A revalidação gratuita pode ser feita nas bilheteiras e em myCP na área "Os seus bilhetes" (para bilhetes adquiridos na bilheteira online e App CP) até aos 30 minutos que antecedem a partida do comboio da estação de origem do cliente", acrescentou.