Cristiano Ronaldo é, desde esta sexta-feira, reforço do Al Nassr. A notícia começou por ser avançada ao final da tarde pela imprensa saudita e pela CBS Sports, e seria confirmada já noite dentro pelo clube, através de uma publicação nas redes sociais em que o avançado português exibe a camisola número 7.

O namoro não é novo e ganhou intensidade durante o Mundial do Qatar. Um Campeonato do Mundo que não correu de feição nem à selecção portuguesa (que acabou por ser eliminada por Marrocos, nos quartos-de-final), nem a Cristiano Ronaldo, que marcou na primeira jornada, mas foi perdendo espaço no “onze” e ainda somou, pelo meio, um arrufo com o seleccionador, Fernando Santos.

Esta mudança para a Arábia Saudita configura, na verdade, um golpe de rins na carreira do avançado, que deixará de competir ao mais alto nível e vê gorada a vontade de ainda disputar a Liga dos Campeões da UEFA, algo que tentara no arranque da época.

Aos 37 anos, e depois da rescisão de contrato com os “red devils” — na sequência de uma entrevista que extremou a relação entre partes — , Ronaldo assinou o vínculo com o Al Nassr durante a tarde desta sexta-feira, por um valor não divulgado, mas que deverá rondar os 70 milhões de euros por temporada.

A duração do contrato não foi divulgada, mas as informações que têm vindo a público apontam para dois e anos e meio, sendo que uma segunda bateria de exames médicos estará reservada para a próxima semana.

"Estou ansioso para experimentar uma nova Liga num país diferente. A visão com a qual o Al Nassr trabalha é muito inspiradora e estou entusiasmado por poder juntar-me aos meus companheiros para que, juntos, possamos ajudar a equipa a alcançar títulos", afirmou Cristiano Ronaldo, citado pelo clube.

Em rigor, os contactos entre clube e jogador terão começado ainda no Verão, mas o internacional português ainda aguardava uma alternativa que lhe permitisse manter-se na Europa, ao mais alto nível. Um cenário que não terá chegado a confirmar-se, abrindo-lhe as portas a uma reforma dourada.

“Estamos a fazer história. Esta é uma contratação que não só vai inspirar o nosso clube a atingir ainda mais sucesso, mas vai inspirar a nossa Liga, a nossa nação e as gerações futuras, rapazes e raparigas, a serem a melhor versão de si mesmos”, adiantou a direcção do Al Nassr.

No plantel, que é orientado pelo técnico francês Rudi Garcia, há jogadores de sete nacionalidades (para além da saudita, naturalmente) e rostos bem conhecidos do futebol português, com os avançados brasileiro Anderson Talisca (ex-Benfica) e camaronês Vincent Aboubakar (ex-FC Porto) à cabeça.

O médio argentino Gonzalo Martínez e o defesa espanhol Alvaro González também desempenham um papel de relevo, mas nenhum deles se aproxima sequer da dimensão de Cristiano Ronaldo, que, para além do rendimento desportivo, garantirá ao actual segundo classificado da Liga saudita uma projecção mediática sem paralelo a nível internacional.