A história da Humanidade está mal contada?
É o que garante o best-seller O Princípio de Tudo, uma radical reescrita do passado da nossa espécie. Conversámos com um dos autores, o arqueólogo David Wengrow.
No Norte da Califórnia, os yurok cultivavam uma vida ascética, de preferência com corpos magros, sem prazeres gastronómicos, sexuais ou lúdicos. Esta vida de abnegação contrastava com sociedades da mesma Costa do Pacífico: no Noroeste, celebrava-se o excesso, organizavam-se “banquetes de gordura” com corpos besuntados a óleo e ingestão de peixes gordurosos e volumosos, tanto como se queriam os humanos. Outros povos concentravam em si dois modos de vida: autoritário e hierarquizado em algumas estações do ano, quase anarquistas noutras. Na América pré-colombiana, os wendat não puniam assassinos: obrigavam toda a linhagem ou clã do culpado a pagar uma compensação, o que os estimulava a manter os familiares sob controlo. Na Ucrânia fizeram-se povoações sem centro, palácios ou templos. Outros povos erigiam monumentos, mas terão desprezado a autoridade. Os habitantes de Teotihuacán, no actual México, viviam em casas a que outros povos talvez chamassem palácios.
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