Covid-19: UE abstém-se para já de seguir Itália e testar quem vem da China

Autoridades de saúde dos 27 prometem manter-se vigilantes e prontas a “agir em conjunto”. ECDC considera injustificada despistagem na UE para viajantes da China.

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Mais de 50% das pessoas rastreadas à chegada ao aeroporto de Malpensa estão infectadas Reuters/JENNIFER LORENZINI

A União Europeia absteve-se esta quinta-feira de seguir, para já, a decisão de Itália de exigir testes à covid-19 aos viajantes provenientes da China que chegam aos seus aeroportos, mas prometeu manter-se vigilante e pronta a agir em conjunto.

Após uma reunião, as autoridades de saúde do bloco dos 27 membros disseram, em comunicado, que é preciso “agir em conjunto e continuar as discussões", face ao aumento galopante de infecções na China.

Considerando a relutância de vários países e peritos europeus, o Comité de Segurança de Saúde dos 27 assegurou que vai continuar as conversações sobre a procura de uma abordagem comum às regras de viagem, mas sem agir para já, como pedia a Itália.

"Permanecemos vigilantes e estaremos prontos para usar o travão de emergência se necessário", disse a Comissão Europeia, que preside ao Comité.

A variante BF.7 da Ómicron, a predominante na China, já circulava na Europa e a sua ameaça não cresceu significativamente, sustentou a Comissão, que reuniu os altos responsáveis da saúde dos 27 que integram o Comité.

A decisão segue em linha com a posição tomada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês) que considerou esta quinta-feira injustificada a despistagem obrigatória da covid-19 na União Europeia para os viajantes oriundos da China, onde as infecções aumentaram significativamente.

O ECDC sustenta em comunicado que os países da União Europeia "têm níveis de imunização e vacinação relativamente elevados" e que as variantes do coronavírus SARS-CoV-2 "em circulação na China já circulam na União Europeia".

Para o ECDC, "as infecções potenciais" que poderiam ser importadas são "bastante pequenas" face ao número de casos que circulam diariamente, sendo que os sistemas de saúde "são hoje capazes de gerir" a doença.

Embora os peritos em vírus na UE tenham minimizado o perigo imediato, a Itália tornou obrigatórios os testes ao coronavírus para quem chega da China aos seus aeroportos. Mais de 50% das pessoas rastreadas à chegada ao aeroporto de Malpensa, em Milão, nos últimos dias, deram positivo para o vírus.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, aumentou a pressão sobre a UE para aderir à abordagem do seu governo, dizendo que a Itália testar todos os passageiros da China "só é eficaz se [tal] for feito a nível europeu", notando que muitos chegam em voos de ligação através de outros países europeus.

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