Sporting infligiu mais um golpe profundo no Paços

O último classificado da Liga sofreu um golo madrugador e, quando tentou discutir o resultado, foi vítima da própria ousadia. “Leões” resolveram questão até ao intervalo.

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Paulinho voltou a marcar LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O minuto de silêncio que antecedeu o Sporting-Paços de Ferreira foi uma homenagem repartida entre António Maia, sócio marcante e ex-atleta de lutas amadoras do clube, e Pelé, futebolista universal. Foi, na verdade, um minuto de aplausos, que haveriam de voltar várias vezes ao longo do encontro para celebrar os momentos altos do triunfo dos “leões” (3-0), na 14.ª jornada da Liga. Um triunfo que começou cedo.

Para uma equipa a jogar sobre brasas, que chegou a Lisboa com zero vitórias na Liga e um treinador interino (depois de Cesár Peixoto e José Mota terem deixado a empreitada a meio), o erro de Antunes que abriu alas ao cruzamento de Nuno Santos e ao cabeceamento vitorioso de Pedro Porro (3’) foi um golpe demasiado violento.

No papel, as duas equipas surgiram em campo com sistemas idênticos (3x4x2x1), mas o Paços foi quase sempre forçado a jogar em organização defensiva, moldando-se em 5x4x1, com Nigel Thomas mais adiantado. Nada que impedisse o Sporting de chegar com relativa facilidade ao último terço pelo corredor central, com Trincão, Edwards e Pedro Gonçalves frequentemente entre linhas.

Em posse, os visitantes até mostravam personalidade e as intenções ganhavam nitidez quando a bola aterrava em Gaitán, que procurava servir Matchoi ou Thomas. Mas sem ela os “leões” exploravam bem a profundidade, com passes a sobrevoarem a última linha contrária e a obrigarem o guarda-redes Jordi a um posicionamento mais audaz.

A meio da primeira parte, o mapa da iniciativa estava praticamente dividido ao meio, com o Paços a tentar jogar no meio-campo ofensivo, mas essa coragem teve um preço: aos 21’, uma transição ofensiva veloz começou e terminou em Nuno Santos, que finalizou de baliza aberta, após assistência de Edwards. Uma jogada que começara com um livre indirecto para os visitantes.

Até ao intervalo, houve mais um par de ameaças à baliza de Jordi (Pedro Gonçalves e Edwards), um único remate do Paços (Holsgrave, para defesa de Adán) e o 3-0 de Paulinho, de cabeça, aos 45’. Se dúvidas houvesse sobre o desfecho...

Quando a partida foi reatada, a única questão que sobrava recaía sobre a dimensão do desaire do Paços. Pedro Gonçalves e Paulinho estiveram perto do quarto golo, quase sempre com a mesma receita, a exploração do espaço nas costas da linha defensiva. Depois de o passe sair, era difícil controlar o espaço, mas os pacenses também nunca foram capazes de condicionar o portador no momento certo.

Marco Paiva, treinador interino, ainda procurou deixar marca ao lançar Butzke e o espanhol assustou com um cabeceamento (66’). Do outro lado, o Sporting continuava a ameaçar, com variações perigosas do centro do jogo, mas a mão-cheia de alterações promovida por Ruben Amorim retirou critério à equipa.

Nada que comprometesse, naturalmente, a vitória, que foi a sétima consecutiva nesta temporada (depois de quatro seguidas na Taça da Liga), permitindo ao Sporting igualar provisoriamente o Sp. Braga no terceiro lugar. A única mancha no tapete de Alvalade foi mesmo a expulsão de Dario Essugo, por uma entrada imprudente que, apesar de tudo, não apagou a capacidade que mostra para simplificar o que parece difícil.

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