Carlsen tenta conquistar pela terceira vez a tripla coroa do xadrez
Campeonatos do Mundo de ritmos rápidos arrancam nesta segunda-feira em Almaty, no Cazaquistão, encerrando a temporada.
Como tem acontecido nos últimos anos, a época xadrezística encerra com a realização dos Campeonatos do Mundo de ritmos rápidos, o Mundial de semirrápidas e o de partidas relâmpago. O palco das provas é a cidade de Almaty, no Cazaquistão, e Magnus Carlsen volta a estar presente em ambas as provas, procurando conquistar os três troféus, provavelmente pela última vez, já que abdicou de defender o título clássico — que assim se irá disputar, em 2023, entre o russo Ian Nepomniachtchi e o chinês Ding Liren.
A acontecer, será a terceira vez que o norueguês conseguirá a tripla coroa, que já reuniu em 2014 e 2019. No entanto, na época passada Carlsen teve uma prestação muito abaixo do que habituou os seus fãs, tendo apenas alcançado a 12-ª posição no torneio-relâmpago e encerrado o pódio nas semirrápidas. Mas independentemente da forma em que o número um mundial se encontrará, outra situação problemática poderá afectá-lo, pois o controverso jovem norte-americano Hans Niemann está presente e não se sabe como reagirá Carlsen caso os dois venham a defrontar-se.
Recorde-se que os dois estão envolvidos numa enorme polémica, com Carlsen a acusar Niemann de utilizar meios fraudulentos, quando o derrotou no torneio clássico de Saint Louis, tendo o norte-americano reagido, processando o norueguês num valor de 100 milhões de dólares.
Polémicas à parte, Carlsen volta a ser o favorito, mas a enorme qualidade dos opositores presentes obrigará ao melhor xadrez do norueguês para conseguir triunfar. Entre os presentes, está o actual campeão mundial de xadrez 960, Hikaru Nakamura (EUA) — variante em que a posição das peças, da primeira fila, é sorteada, originando 960 possibilidades iniciais, invalidando em grande parte o conhecimento teórico das aberturas do xadrez tradicional.
Nakamura será um dos principais rivais de Carlsen, a quem recentemente venceu na final do torneio eliminatório “Speed Chess”, e quererá quebrar a maldição que o impediu até agora de conquistar um dos títulos rápidos, ele que, há mais de 15 anos, é considerado um dos grandes especialistas nestas variantes.
O torneio de semirrápidas disputa-se a partir de hoje ao longo de três dias e 13 partidas, com o ritmo de 15 minutos e 10 segundos de incremento por lance, com o actual detentor do título, o jovem uzbeque Nodirbek Abdusatorov, a ser o número 20 do ranking entre 180 participantes.