Ceia de Natal 23% mais cara: conheça os aumentos, do bacalhau às rabanadas

Para um conjunto de 16 produtos habitualmente presentes na mesa da consoada, o aumento no último ano foi de quase nove euros. Cabaz de produtos essenciais está 31 euros mais caro.

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Cabaz de Natal: variação dos preços entre 5 de Janeiro e 14 de Dezembro de 2022. Fonte: Deco Cátia Mendonça e Gabriela Gomez

Se já fez as compras todas para a ceia de Natal, já terá reparado. O aumento dos preços dos produtos alimentares terá resultado num aumento de cerca de 23% na factura do supermercado. Os dados recolhidos pela Deco Proteste, para um cabaz de 16 produtos que tipicamente estão na mesa dos portugueses na consoada, mostram que comprar estes artigos ficou 8,93 euros mais caro, entre 5 de Janeiro e 14 de Dezembro.

As maiores subidas são registadas nos produtos que tipicamente são usados pelos portugueses na confecção de doces nesta época festiva. O arroz carolino, usado muitas vezes no arroz-doce, é o produto que mais encareceu em termos percentuais: o preço subiu 79%, de uma média de 1,14 euros por quilo no início deste ano para 2,04 euros a 14 de Dezembro.

Já o açúcar branco, presente na lista de ingredientes de quase todos doces de Natal, aumentou 45% (mais 49 cêntimos face a Janeiro). O leite UHT meio gordo fecha o pódio da lista de produtos que mais subiram – está mais caro 43%.

Tomemos como exemplo um doce bastante comum na noite da consoada: se, para a confecção de rabanadas, usasse 800 mililitros de leite, 100 gramas de açúcar, seis carcaças tradicionais, três ovos e 500 mililitros de óleo, em Janeiro, este prato custaria à volta de 3,33 euros. Agora, o mesmo prato de rabanadas fica por 4,37 euros, 1,04 euros mais caro – ou seja, um aumento de 32%.

E se é daqueles que não dispensa o tradicional bacalhau com couves e batatas cozidas, saiba que também estes produtos sofreram com os níveis de inflação. Um quilo de bacalhau graúdo da Noruega está mais caro 19,3%. Já um quilo de batatas subiu 34,5%. E um quilo de couves aumentou 43% – há um ano custava 99 cêntimos, ao passo que agora o seu preço ronda os 1,42 euros.

Entre os 16 produtos escolhidos pela Deco Proteste para este cabaz de Natal, todos viram o seu preço médio aumentar. Apesar de tudo, nem todas as subidas estão na casa dos 20%. É o caso da tablete de chocolate para culinária, que regista a subida mais modesta – passou de 1,66 euros para 1,72 euros, uma subida de 3,61%.

Cabaz de produtos essenciais 31 euros mais caro

Desde o início do ano que o PÚBLICO tem actualizado, numa base semanal, uma página interactiva que mostra a evolução do preço de um cabaz de 63 produtos essenciais. Entre 5 de Janeiro e 21 de Dezembro, este cabaz já viu o seu preço aumentar em 31,24 euros.

Entre as categorias de produtos incluídos neste cabaz, definido com base na estrutura de consumo das famílias do Instituto Nacional de Estatística (INE), os lacticínios são aqueles que mais têm sofrido com o aumento da inflação. Desde o início do conflito armado na Ucrânia, estes produtos já viram o seu preço subir 23,54%. Seguem-se a carne (22,32% mais cara) e o peixe (20,27%).

O já mencionado arroz carolino é aquele que lidera a lista dos produtos que mais encareceram desde Janeiro. Segue-se a polpa de tomate (52 cêntimos mais cara, ou seja, um aumento de 61%) e a cenoura, que viu o seu preço médio crescer 34 cêntimos.

Na última semana, os dados da Deco Proteste revelam que os maiores aumentos aconteceram nos cereais (subiu 12% numa semana), no peixe-espada preto, que ficou mais caro 59 cêntimos, e no fiambre, que subiu 12 cêntimos.

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