Greve dos trabalhadores da CP e da Infraestruturas de Portugal com adesão de 80%

No primeiro de dois dias de greve, a adesão por parte dos trabalhadores da CP e da Infraestruturas de Portugal foi de 80%. Os sindicatos exigem um prémio que compense a perda de poder de compra.

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Greve dos trabalhadores da CP e da Infraestruturas de Portugal com adesão de 80% LUSA

A adesão à greve dos trabalhadores da CP - Comboios de Portugal e da Infra-estruturas de Portugal ronda os 80%, estando apenas a circular os comboios abrangidos pelos serviços mínimos, avançou à Lusa uma fonte sindical.

"A adesão dos trabalhadores ronda os 80%, os restantes estão a trabalhar porque têm que cumprir os serviços mínimos", adiantou António Pereira, dirigente do Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), que integra a plataforma de vários sindicatos que representam os trabalhadores da CP e da IP e que convocou dois dias de greve, hoje e segunda-feira.

A nível de comboios suprimidos, dos 245 comboios que deviam circular até às 8h00 de hoje, apenas circularam 109, disse António Pereira.

O sindicalista adiantou que foi tentado "tudo por tudo" para não avançar para a greve, mas, disse, "o ministro das Finanças optou por perder milhares de euros nestes quatro dias de greve em prol de dar algum aos trabalhadores".

O presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infra-estruturas e Afins (SINFA), António Salvado, confirmou a "grande adesão à greve" por parte dos trabalhadores.

"Só estão a realizar-se os comboios dos serviços mínimos, as bilheteiras estão praticamente fechadas pelo país inteiro. Há uma forte adesão, é uma grande greve", salientou António Salvado.

Segundo o dirigente sindical, "as Infra-estruturas de Portugal têm tolerância de ponto, mas até esta hora a adesão é praticamente de 100%".

Os trabalhadores da CP - Comboios de Portugal e da Infra-estruturas de Portugal (IP) reivindicam um prémio financeiro que compense a perda do poder de compra verificado no ano 2022, a actualização do subsídio de alimentação e o fim da "discriminação entre trabalhadores".

A CP colocou uma nota na página da internet a alertar para a previsão de "perturbações na circulação de comboios, a nível nacional", "com possível impacto nos dias anteriores e seguintes aos períodos de greve", lamentando ainda os transtornos causados.

Os clientes que já tinham comprado bilhetes para comboios cancelados podem pedir o reembolso total do valor, até 10 dias após terminada a greve, ou a revalidação gratuita para outro comboio da mesma categoria.

A plataforma que convocou a greve inclui a ASCEF - Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária, a ASSIFECO - Associação Sindical Independente, o FENTCOP - Sindicato Nacional dos Transportes, Comunicações e Obras Públicas, o SINDEFER - Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia, o SINFA - Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários de Infra-estruturas e Afins, o SINFB - Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários, o SIOFA - Sindicato Independente dos Operacionais e Afins e o STF - Sindicato dos Transportes Ferroviários.

A paralisação terá uma duração de 24 horas para os dias 23 e 26 deste mês e prevê ainda uma "greve ao trabalho suplementar, incluindo feriados e dias de descanso semanal, desde as 00:00 de 23/12 às 24:00 de 02 de Janeiro de 2023".

Foram definidos serviços mínimos de 25% dos comboios, que, segundo a CP, concentram-se no início e no final do dia, as chamadas "horas de ponta".