Louvor das vozes, cordas e poesia
Quatro vozes de mulheres em estado de graça, cordas em festa, poetas em discos surpreendentes e geografias como mote para discursos musicais: disto se fez também 2022.
Pode uma voz ser muitas? Não como eco de si própria, antes experimentando variações tonais, alternâncias tímbricas, pulsões rítmicas? Amélia Muge, cantora e compositora, provou que pode. Amélias, gravado como forma de resistir às limitações impostas pela pandemia, equivale à obra de um pintor que, em lugar de tinta, usasse a voz em camadas de múltiplas cores, criando assim um quadro admirável. Trinta anos após a sua estreia com Múgica (1991), Amélia presenteou-nos com uma obra-prima, com arranjos de António José Martins e um trabalho gráfico igualmente admirável, prova do seu talento.
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