Discos com o fogo e o afago de muitas rainhas

De Rosalía a Maria Reis, 2022 fez-se assim, com o fogo e o afago de muitas rainhas.

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Maria Reis supera-se na arte de cantar em carne viva e com poesia só dela Beatriz Blasi

O concerto de Maria Reis no Passos Manuel foi mais ou menos como uma boa sessão de osteopatia. Tenso, doloroso, aperto no coração, garganta seca, dilemas e intempéries emocionais a vir à tona, vida a andar para trás e para a frente a uma velocidade tão furiosa quanto aquela com que Maria raspa a guitarra. Mas no final recompensador, libertador, como aquele suspiro tão longo, tão desarmante, tão honesto que ela solta quando acaba Elefante na Sala. Estamos encolhidas na cadeira, mas temos alguém à nossa frente que nos compreende — lamechas, eu sei, sorry not sorry, a música serve para isto mesmo.

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