Quando a arte é grito, que palavras usa o crítico?
Há vidas maiores do que a arte — é importante lembrarmo-nos disso. Em 2022 houve muitas oportunidades para solidificar este pensamento.
Quando me pediram para escrever este texto sublinharam que tinha de ser sobre “artes performativas, não concertos”. A pergunta que surgiu, e que não verbalizei, foi: “mas um concerto não é performativo?”. A implicação do corpo de quem canta, de quem toca, de quem performa, não conta? Claro que falo aqui de concertos feitos por quem entrega o seu corpo, a sua vida e a sua presença de forma generosa. De quem trilha caminhos com um gesto de mão, um olhar, ou mesmo um figurino. Muito do que vi este ano, e presenciei como transformador, habita esse lugar — que é, na verdade, um lugar bem ancestral.
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