Animais da maior área protegida moçambicana mataram 12 pessoas de comunidades próximas em 2022
Conflitos entre humanos e animais são frequentes em várias regiões rurais próximas de áreas de conservação em Moçambique. No mesmo ano foram devorados 258 animais domésticos.
Pelo menos 12 pessoas morreram e outras 22 ficaram feridas este ano em resultado de conflitos entre humanos e animais em distritos próximos à Reserva Especial do Niassa, a maior área protegida de Moçambique.
A maior parte dos casos são de ataques de leões, elefantes, crocodilos e hienas, explicou a directora provincial do ambiente no Niassa, Celestina Teófilo, citada esta quinta-feira pelo Diário Notícias.
As vítimas são oriundas dos distritos de Mavago, Marrupa, Mecula e Nipepe, nas proximidades daquela que é a maior área protegida em Moçambique (a Reserva Especial do Niassa).
Segundo as autoridades, quando comparados com os dados do ano anterior, os números de mortes em resultado do conflito entre humanos e animais na região mostram uma subida, tendo passado de nove óbitos em 2021 para 12 neste ano.
De acordo com a directora provincial do ambiente, os animais também provocaram a destruição de pelo menos 11 hectares de culturas diversas.
A Reserva Especial do Niassa é a maior área protegida em Moçambique, com 42.400 quilómetros quadrados, cobrindo áreas da província que lhe dá nome e da província de Cabo Delgado.
Conflitos entre humanos e animais são frequentes em várias regiões rurais próximas de áreas de conservação em Moçambique.
Segundo dados oficiais mais recentes, de 2020, um total de 97 moçambicanos morreram e 66 ficaram feridos só em ataques registados (outros não chegam a ser reportados) de animais selvagens, a maioria por crocodilos, segundo a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC).
No mesmo ano foram devorados 258 animais domésticos, entre gado bovino, ovino e caprino, por leões, hienas e crocodilos, além de 248 hectares de diversas culturas destruídas.