A Ryanair anunciou mais sete rotas em Faro e onze no Porto, deixando de fora Lisboa, a Madeira e os Açores em matéria de novidades. A distinção entre aeroportos com e sem novas rotas anunciadas, defende a companhia em comunicado, é feita com base nos aumentos dos valores das taxas aeroportuárias, considerados "excessivos" nos casos da capital e ilhas.
Confirmando que irá basear mais dois aviões em Portugal, no Porto e em Faro, a Ryanair avança que na Primavera/Verão o Aeroporto Sá Carneiro irá contar com novas ligações a Inglaterra (Bristol, Leeds), Irlanda (Shannon), Países Baixos (Maastricht), França (Nîmes, Estrasburgo), Suécia (Estocolmo), Itália (Trapani, Turim), Polónia (Wroclaw) e Espanha (Castellón, Comunidade Valenciana).
Em Faro, as novidades são rotas de e para Espanha (Barcelona), Dinamarca (Aarhus), Irlanda do Norte (Belfast), Inglaterra (Exeter), Alemanha (Frankfurt Hahn), França (Toulouse) e Itália (Roma - aeroporto de Fiumicino).
Segundo a empresa, será a "maior programação de sempre do Verão" no Porto e Faro. Ainda pelos dados da Ryanair, "representa um investimento adicional" de cerca de 377 milhões de euros e a criação de 120 novos empregos locais – "altamente remunerados", chega-se a adjectivar na nota de imprensa, embora sem valores neste caso.
Como é sua tradição, a empresa avança no negócio "celebrando" as novas rotas agora lançadas: propõe bilhetes desde 29,99 euros por trajecto, numa campanha de vendas até 23 de Dezembro, para viagens entre Abril e Outubro de 2023.
O comunicado da Ryanair é dedicado na sua quase totalidade a criticar os aumentos das taxas aeroportuárias e a falta de uma maior intervenção da entidade reguladora, ANAC, quanto aos valores a aplicar pela ANA, gestora dos aeroportos, em Lisboa e ilhas.
"Este crescimento no Porto e Faro é um resultado directo da intervenção da ANAC", refere-se, "para impedir que o operador aeroportuário monopolista, ANA , introduza taxas aeroportuárias excessivas" no Porto e em Faro. "Lamentavelmente", continua, "a intervenção da ANAC não foi suficientemente longe noutros aeroportos, tendo Lisboa, Madeira e Açores aumentado significativamente as taxas".
Uma situação que, cita-se Michael O'Leary, o chefe do grupo, põe "em risco o crescimento - especialmente para [as] duas economias insulares completamente dependentes do turismo".
Estes, para a Ryanair, são "encargos excessivos", aproveitando-se também para considerar uma outra "nova ameaça ao crescimento do turismo em Portugal", referindo-se ao comércio de emissões para o sector da aviação: os "impostos ETS [Emissions Trading Scheme] que visam injustamente os voos de curta distância e que foram recentemente propostos para incluir as regiões ultraperiféricas da UE, incluindo a Madeira, a partir de 2024".