FC Porto desembrulhou acesso às meias-finais da Taça da Liga

Vitória sobre o Gil Vicente, por 2-0, no Estádio do Dragão, coloca o campeão nacional na próxima fase da prova. O adversário que se segue é o Ac. Viseu.

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Galeno celebra com os companheiros o golo madrugador no Dragão LUSA/JOSÉ COELHO

De tesoura em punho, o FC Porto apressou-se a desembrulhar o acesso às meias-finais da Taça da Liga, rasgando, nesta quarta-feira, os planos do Gil Vicente (2-0) no jogo dos quartos-de-final. Os minhotos deixaram uma imagem bem positiva no Dragão, mas será mesmo o campeão nacional a enfrentar o Ac. Viseu na próxima ronda.

Antes do apito inicial, o árbitro Manuel Mota procurava resolver problemas técnicos com o dispositivo de comunicação e a questão ganhou especial importância logo aos 2’, quando Galeno, lançado nas costas da defesa minhota, colocou a bola na baliza para de seguida ver o lance invalidado. O assistente assinalou fora-de-jogo e o VAR emendou a decisão (o avançado estava 79cm em jogo), que demorou um pouco mais a ser validada fruto das anomalias no auricular.

Problema resolvido, o encontro prosseguiu normalmente. O Gil entrou no Dragão a tentar construir em apoio, desde trás, mas a pressão feroz do FC Porto obrigou a rever o plano e o guarda-redes Kritciuk (ou um dos laterais) a bater na frente, para evitar males maiores.

Sem bola, o Gil defendia em 4x4x2, com Fujimoto e Navarro na primeira linha de pressão, e procurava forçar o adversário a jogar por fora. Um plano que o FC Porto não desdenhava, porque Galeno ganhava continuamente os duelos com Danilo, à esquerda, e porque João Mário tinha terreno livre para acelerar à direita.

Os “dragões” controlavam com naturalidade — e Otávio colocou Kritciuk à prova aos 19’ —, mas o Gil mostrava qualidade com bola. Aburjania e Vítor Carvalho iam alternando nos movimentos de desmarcação no corredor central e por várias vezes a equipa de Barcelos conseguiu construir por dentro. Mas o plano mais vezes utilizado foi mesmo esticar o jogo para os corredores à procura de Boselli (direita) e Alipour (esquerda), e foi assim que o Gil criou frisson antes do intervalo.

Em destaque esteve Fran Navarro, avançado já com reputação na Liga, a obrigar Cláudio Ramos a uma grande defesa (31’) e a colocar a bola dentro da baliza aos 39’, num lance que seria invalidado por fora-de-jogo. O Gil não estava disposto a baixar os braços e prometia obrigar o adversário a trabalho redobrado para segurar a vitória. Até que a expulsão de Danilo deitou tudo por terra: aos 63’, viu o segundo amarelo e abriu alas à avalanche “azul e branca”.

Mesmo sem forçar muito, o FC Porto (que lançou Evanilson aos 46’ para o ver sair 10 minutos depois, lesionado) ameaçou novamente por Galeno (53’) e por Pepê (62’), em ambos os casos explorando a profundidade. Nenhuma das jogadas resultou em golo, porque Kritciuk não parava de mostrar serviço. E quando não era o guarda-redes russo, era o joelho de Fábio Cardoso que atirava a bola por cima, na pequena área.

A resistência, porém, durou até aos 68’, já depois de Daniel Sousa ter feito um par de alterações e antes de operar mais duas. Otávio ganhou a linha final após boa triangulação pela esquerda e cruzou atrasado para Taremi se limitar a encostar.

A torneira das ocasiões continuaria a jorrar na direcção da baliza do Gil, com Uribe a ficar por duas vezes muito perto do 3-0, antes de Taremi e Galeno terem também enjeitado a possibilidade de ampliar a diferença. Seria, no entanto, um golpe demasiado duro para uma equipa que, mesmo em inferioridade, mostrou vontade e engenho, ingredientes que poderão ser decisivos para fugir da zona de risco no campeonato.

Quanto ao FC Porto, está a um triunfo de distância de regressar, três anos depois, ao derradeiro degrau da competição. O tira-teimas, diante da equipa sensação da prova, está agendado para dia 24 de Janeiro.

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