Presidente sobre Roménia: “Não temos nenhum tipo de complexo” quanto ao “progresso dos outros”

Ao lado do Presidente romeno, Marcelo Rebelo de Sousa frisou que “Portugal esteve, está e estará sempre ao lado da Roménia quanto à questão do acesso da Roménia ao espaço Schengen”.

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Marcelo Rebelo de Sousa reiterou o apoio de Portugal à entrada da Roménia no espaço Schengen LUSA/MIGUEL A. LOPES

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta terça-feira que o avanço económico da Roménia "é bom" também para a União Europeia e para Portugal, afirmando não haver "nenhum tipo de complexo" quanto ao progresso dos outros.

"Se a Roménia tem um avanço económico, social e portanto de desenvolvimento humano que é positivo, isso é bom para a Roménia, é bom para a União Europeia e é bom para Portugal", afirmou.

O chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas falava aos jornalistas na base militar de Caracal, na Roménia, numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo daquele país, Klaus Iohannis.

Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre notícias de que a Roménia poderá ultrapassar Portugal no Produto Interno Bruto (PIB) "per capita" daqui a dois anos.

"Nós apreciamos o sucesso dos outros, não temos nenhum tipo de complexo relativamente àquilo que é o progresso dos outros, em particular quando são nossos aliados e nossos amigos. Ficamos felizes sempre na vida com o sucesso dos aliados e dos amigos", defendeu.

O Presidente da República afirmou que quando regressar a Portugal terá oportunidade de dizer o que pensa "sobre os passos que já foram dados, os que estão a ser dados e os que irão ser dados para Portugal ir mais longe em termos económicos, sociais, culturais, humanos".

"É aquilo que desejamos naturalmente no nosso país", acrescentou.

Por seu turno, o Presidente da Roménia considerou que este é "mais um motivo para aprofundar" a colaboração entre os dois países.

"Afinal de contas, a ideia de colaboração, de cooperação, vem para nos apoiarmos de modo mútuo e se houver isso no desenvolvimento económico acho que isso é muito bom para ambos os estados, mas sobretudo para a União Europeia também", referiu Klaus Iohannis, de acordo com a tradução disponibilizada aos jornalistas.

Portugal "ao lado da Roménia" quanto à entrada no espaço Schengen

Marcelo afirmou ainda que Portugal "estará sempre ao lado da Roménia" no que respeita à entrada daquele país no espaço Schengen, que o seu homólogo romeno classificou como "objectivo nacional de grande importância".

"Portugal esteve, está e estará sempre ao lado da Roménia quanto à questão do acesso da Roménia ao espaço Schengen", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente da Roménia, Klaus Iohannis.

O chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas esteve esta terça-feira na base militar de Caracal, na Roménia, para visitar os militares portugueses que estão integrados numa missão da NATO.

O Presidente da República destacou que esta "é uma posição que não é só nacional, é uma posição europeia de Portugal".

Marcelo considerou que "é importante para a União Europeia rever a posição tomada recentemente o mais rapidamente possível, permitindo a entrada da Roménia, como aliás da Bulgária, mas aqui concretamente da Roménia, no espaço Schengen".

"A solidariedade europeia não pode ser uma solidariedade parcial ou unilateral, tem de ser global, e solidariedade global significa em questões tão importantes como estas, num momento tão grave como aquele que atravessamos, evitar problemas adicionais aos problemas que já temos todos na Europa e no mundo", defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente português referia-se à decisão do Conselho da União Europeia de 8 de Dezembro que negou mais uma vez a entrada da Bulgária e da Roménia no espaço Schengen de livre circulação de pessoas, recomendada pela Comissão Europeia, mas chumbada pela Áustria e pelos Países Baixos.

O Presidente da Roménia, Klaus Iohannis, disse ter a "convicção a 100% de que a Roménia vai tornar-se parte do espaço Schengen" e indicou que este "vai continuar a ser um objectivo nacional de grande importância". Ressalvando não ser possível falar sobre uma data concreta, o chefe de Estado romeno disse que a autorização para a adesão poderá ser possível no próximo ano.