Oito distritos em alerta especial laranja: inundações, deslizamentos e derrocadas podem acontecer
Período crítico será durante a madrugada de terça-feira, mas é esperado um agravamento do estado do tempo já partir das 21h desta segunda-feira e até às 9h de amanhã.
As condições meteorológicas que se esperam para esta noite e para a madrugada de amanhã, considerado o “período crítico”, levaram as autoridades a elevar o estado de alerta especial para laranja em oito distritos: Braga, Viana do Castelo, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Setúbal e Lisboa. Há a possibilidade de inundações em meio urbano, deslizamentos de terras e derrocadas. As pessoas devem autoproteger-se e estar atentas às notícias, avisa a protecção civil.
Já havia vários distritos do país em alerta especial amarelo, mas as informações mais recentes levaram a que esse estado fosse elevado para laranja, disse o comandante nacional de Emergência e Protecção Civil, André Fernandes, num ponto da situação realizado ao início da tarde desta segunda-feira. Estão previstos “períodos de chuva por vezes forte, persistente, já durante o dia de hoje e a madrugada de amanhã, dia 20, com possibilidade de trovoadas e rajadas fortes de vento”, disse, concretizando que “o período crítico de precipitação é compreendido entre as 21h de hoje e as 9h de amanhã”. O vento “será forte, com rajadas até 75 km/hora no litoral em particular a norte do cabo Mondego e a agitação marítima será forte durante o dia de hoje a amanhã”.
Condições que levaram a Agência Portuguesa do Ambiente a emitir avisos para as bacias hidrográficas dos principais rios do Norte e Centro, com a indicação de que poderão ocorrer inundações em Caminha, Monção, Valença, Arcos de Valdevez, Ponte de Lima, Ponte da Barca, Braga, Barcelos, algumas regiões do Centro e a Área Metropolitana de Lisboa, precisou André Fernandes. Na foz do rio Douro, no Porto, o pico da maré será mais uma condição a ter em conta, alertou.
O alerta laranja foi assim decidido para os oito distritos já referidos, onde a noite e a madrugada poderão ser complicadas. “Os efeitos expectáveis são a ocorrência de inundações em meio urbano, transvase do que são os leitos de rios para leito de cheia, deslizamentos e derrocadas”, disse o responsável da Protecção Civil, apelando à população para “adequar os seus comportamentos”, que “tome em linha de conta estes avisos e prepare a chegada da precipitação” que aí vem.
André Fernandes explicou que a elevação do estado de alerta permitirá que estejam mais operacionais no terreno, garantindo ainda que os vários serviços, em particular a Protecção Civil municipal, estão prontos para tomar medidas como fechar túneis ou desviar o trânsito de algumas vias, se a situação o exigir.
Contudo, frisou, há que recordar que ainda há espaços a lidar com a reposição da normalidade, depois das inundações que afectaram gravemente a zona da Grande Lisboa e de alguns municípios do Alentejo, na semana passada, pelo que a autoprotecção é essencial, bem como a actualização permanente da evolução das condições meteorológicas, que deve ser uma preocupação da população nas próximas horas, avisou.
André Fernandes garantiu que as autoridades estão também a postos caso seja preciso, de novo, acolher algumas pessoas que possam ver as suas habitações afectadas pelo mau tempo, e lembrou que há espaços, por exemplo, em Odivelas e Loures, que continuam a funcionar desde que entraram em actividade com as tempestades das últimas semanas, a última das quais deixou pelo menos 82 pessoas desalojadas.