Inquérito de Estimação: LPDA – Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais
No nosso Inquérito de Estimação, damos palco a associações e grupos de ajuda de animais que o mundo deve conhecer. A LPDA alberga cães, gatos, cabras, porcos, burros e animais exóticos.
Nasceu em 1981 com uma missão que o nome não deixa escapar: defender os direitos dos animais. A Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais (LPDA) fixou-se em Tercena, Oeiras, e, em parceria com a câmara municipal e juntas de freguesia, cresceu de tal forma que, neste momento, conta com dois abrigos para animais resgatados e abandonados e duas clínicas veterinárias.
Mas há mais a dizer sobre esta associação: a LPDA não aceita apenas cães e gatos. Alberga burros, cabras, porcos e “150 animais exóticos apreendidos pelo ICNF (Instituto para a Conservação da Natureza e Florestas), entre furões, porquinhos-da-índia, chinchilas, coelhos, hamsters de espécies diferentes, esquilos-da-Mongólia (gerbos) e rato-zebra”, explica a direcção da associação, em resposta ao nosso Inquérito de Estimação.
Neste momento, são perto de 200 animais, um número que supera os 20 cães e 40 gatos que foram adoptados este ano. Cuidar destas espécies não seria possível sem a ajuda dos oito funcionários e 30 voluntários que, além de passearem os cães e serem famílias de acolhimento temporário, contribuem financeiramente para as despesas com ração, medicação e transporte de animais para hospitais.
A história da LPDA é longa, tal como os seus 41 anos de existência, e apesar de todos os animais serem especiais e de todos os casos serem marcantes, a cadela Aninhas e o cão Branquinho não lhes saem da memória. A história destes dois animais, assim como a causa que move a organização, contam-na de seguida.
Uma medida prioritária pelos direitos dos animais
A questão que consideramos mais prioritária seria a alteração da Constituição uma vez que o Tribunal Constitucional considera a lei contra os maus-tratos a animais inconstitucional, o que leva à não penalização.
Um caso marcante
É uma questão difícil de responder, porque os casos que nos chegam são muitos e na sua maioria tocantes. Temos a Aninhas, uma cadela que chegou até nós num estado muito avançado de gravidez, foi encontrada na rua pela Câmara Municipal da Amadora e assistida na nossa clínica de Tercena. Teve 11 crias, dos quais só sobreviveram cinco. A cadela ficou connosco, mas os filhotes foram todos adoptados.
O Branquinho é outro dos casos que mais nos marcou. Foi um cão que chegou até nós depois de ter sido resgatado pela Câmara Municipal da Amadora e ter sido hospitalizado devido ao seu estado cadavérico. Tinha 5 quilos, quando o normal seria ter entre 12 e 15 quilos, não se conseguia pôr em pé e não tinha uma parte de um membro posterior. Não sabíamos se sabia se iria resistir. Ficou internado durante um mês e, no espaço de uma semana, recuperou 6 quilos. Está numa família de acolhimento e vai levar uma prótese para a falta do membro não lhe danificar a coluna e ancas.
Um conselho para quem quer adoptar um animal
Seja numa adopção, seja numa aquisição através de compra, o principal é adquirir em consciência e nunca por impulso. É pensar e ponderar que ter um animal é integrá-lo no ambiente familiar e para toda a vida.
Um projecto que tem que ser conhecido
Salientamos o Abrir de Asas, que se dedica a alertar para as condições dos galináceos nas fábricas de exploração de frango em Portugal. Esta rede conta que os frangos crescem tão rápido que não aguentam o próprio peso e que as crias que não geram lucro para as empresas são trituradas vivas.
Uma pessoa anónima que vale a pena conhecer
Temos várias pessoas que poderiam ser destacadas por dedicarem a vida em prol da causa animal, principalmente aos cães e gatos. Destacamos a Paula Vitória, da Arca com Amor, que tem cerca de 50 cães a cargo e que recentemente recebeu uma ordem de despejo.