Nélida Piñon (1937-2022), tudo pela literatura
Herdeira dos clássicos, praticante exigente da língua portuguesa, foi a primeira mulher a presidir à Academia Brasileira de Letras. Morreu em Lisboa aos 85 anos e deixou um livro póstumo.
Nélida Piñon estava numa espécie de périplo de despedida por alguns dos seus lugares de sempre. Saiu do Rio de Janeiro em Setembro, veio a Lisboa, foi à Galiza, a terra do avô Daniel, a Barcelona, onde chegou a morar, instalou-se em Setúbal e esteve na cerimónia de entrega do mais recente Prémio José Saramago que aconteceu a 14 de Novembro. Nélia Piñon era membro honorário do júri. Mas antes de regressar ao Brasil ficou doente e acabou por morrer em Lisboa no passado sábado. Tinha 85 anos e fica para a história como a primeira mulher a presidir à Academia Brasileira de Letras, ABL. À data da sua morte, ocupava a cadeira número 30 entre os chamados “imortais”, nome dado aos escritores com assento na instituição fundada, entre outros, por Machado de Assis em 1897.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.