Zelensky desafia Putin para “combate a dois” num ringue “se ele for homem”

O Presidente ucraniano disse que estava pronto para combater com o líder russo, num combate “a começar amanhã”, adiantando que esse encontro “seria a última cimeira do Presidente Putin”.

Foto
Volodymyr Zelensky deu uma entrevista à televisão francesa LCI EPA/SERGEY DOLZHENKO

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, desafiou este sábado o homólogo russo, Vladimir Putin, para um "combate a dois" no ringue, "se ele for um homem", numa entrevista a um canal televisivo francês.

"Um homem, se é um homem de verdade, quando quer enviar uma mensagem a alguém, ou se quer bater-lhe, fá-lo sem recorrer aos serviços de um intermediário. Se eu tivesse tal mensagem para enviar a Putin, fá-lo-ia sozinho", disse Zelensky numa entrevista transmitida na televisão pública francesa LCI, citado pela Europa Press.

O líder ucraniano disse que estava pronto para combater a dois com Putin, num combate "a começar amanhã", adiantando que esse encontro "seria a última cimeira do presidente Putin".

Zelensky respondia assim às notícias sobre uma ordem de Putin dada ao presidente da região russa da Chechénia, Ramzan Kadirov, para matar o chefe de Estado ucraniano, pouco depois da invasão russa da Ucrânia a 24 de Fevereiro.

O Presidente da Ucrânia abordou também a possibilidade de a guerra acabar com a morte de Putin: "Quando uma pessoa morre, todas as instituições param."

Para Zelensky, a estratégia de Putin é comparável à da Alemanha nazi. "A Rússia não iniciou uma nova forma de guerra. Está a fazer o que o regime fascista de Hitler fez", disse, referindo-se ao bombardeamento russo de infra-estruturas civis para provocar o pânico entre a população ucraniana.

Quanto às ameaças da Rússia sobre a utilização de armas nucleares, Volodymyr Zelensky salientou que são "um sinal de fraqueza", de "desordem mental" e de "problemas de saúde", referindo que "só os doentes, absolutamente doentes, poderiam dar tal passo".

O chefe de Estado da Ucrânia referiu-se ainda aos mais de dois milhões de ucranianos, muitos deles crianças, que foram deportados para a Rússia desde o inicio da guerra. "São números impressionantes. Estamos a falar de 50 mil a 200 mil crianças, das quais conhecemos os detalhes: nomes, datas de nascimento e assim por diante", afirmou, adiantando que "muitos são hoje reféns".