Azerbaijão vai fornecer electricidade “verde” à UE através de novo cabo submarino

Com 1195 quilómetros de extensão, quase exclusivamente submerso no mar Negro, o cabo deve ligar o Azerbaijão à Hungria via Geórgia e Roménia.

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“Decidimos ignorar os combustíveis fósseis russos e recorrer aos nossos parceiros energéticos confiáveis”, disse Von der Leyen Reuters/INQUAM PHOTOS/George Calin

O Azerbaijão vai fornecer electricidade "verde", produzida através de turbinas eólicas, à União Europeia através de um novo cabo submarino, segundo um acordo assinado este sábado na Roménia e que visa diversificar a energia da UE na sequência da invasão russa à Ucrânia.

“Decidimos ignorar os combustíveis fósseis russos e recorrer aos nossos parceiros energéticos confiáveis”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, em Bucareste.

No comunicado de imprensa que o Presidente romeno, Klaus Iohannis, divulgou à margem de uma reunião entre os vários signatários, o enquadramento financeiro e técnico do acordo não é especificado. No entanto, o acordo prevê o início das obras em Setembro de 2023 para que entre ao serviço pelo menos em 2029.

Com 1195 quilómetros de extensão, quase exclusivamente submerso no mar Negro, o cabo deve ligar o Azerbaijão à Hungria via Geórgia e Roménia. Os quatro países fazem parte do acordo. A Roménia e a Hungria são países membros da União Europeia, pelo que beneficiarão do apoio da Comissão Europeia.

“Estamos a preparar-nos para construir o cabo eléctrico submarino mais longo. Se eu fosse mais jovem, diria que é preciso ser-se rock’n’roll para lançar este projecto”, disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

Desde a invasão da Ucrânia, em Fevereiro, a UE multiplicou as parcerias estratégicas com diversos países produtores na tentativa de reduzir a sua dependência dos hidrocarbonetos russos.

“É a nossa contribuição para a segurança energética europeia” e “uma nova ponte entre a UE e o Azerbaijão", afirmou o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev.

O cabo representa uma “nova rota repleta de oportunidades” para a Geórgia, “um país com destino europeu” que poderá tornar-se um “hub energético”, adiantou Ursula Von Der Leyen.

Permitirá transportar electricidade países vizinhos como a Moldávia e a Ucrânia e “contribuirá para a modernização do sistema energético ucraniano”, salientou a presidente da Comissão Europeia.

O acordo abrange outras áreas de cooperação, nomeadamente, “novas tecnologias energéticas”, “produção de hidrogénio” ou a “expansão da infra-estrutura de transporte”, segundo o comunicado da presidência romena.