Projecto de 16 milhões avaliará impacto de exploração no fundo do mar

Durante cinco anos, o projecto vai desenvolver a capacidade de avaliação de impacto ambiental das actividades de prospecção subaquáticas. Junta instituições de dez países.

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O objectivo é vir a fornecer dados em tempo real Stelios Misinas/Reuters

O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (Inesc Tec), no Porto, lidera um projecto de 16 milhões de euros que visa desenvolver tecnologias para avaliar o impacto das actividades de exploração no fundo do mar.

Em comunicado, o instituto do Porto adianta que o projecto, intitulado Trident, pretende “desenvolver um sistema confiável e transparente para avaliação contínua do impacto ambiental de actividades de prospecção e exploração no fundo do mar”.

Durante cinco anos, o projecto Trident vai “desenvolver a capacidade de avaliação de impacto ambiental das actividades de prospecção subaquáticas”. “Actualmente não existe, no mundo, qualquer mineração em mar profundo”, refere o instituto, salientando que o projecto vai avançar com o desenvolvimento de tecnologia para avaliar, minimizar e fiscalizar “qualquer acção de exploração que possa surgir no futuro”.

Citado no comunicado, o coordenador do projecto e investigador no Inesc Tec, Eduardo Silva, salienta que as tecnologias e soluções a serem desenvolvidas vão “operar de forma autónoma em áreas remotas, muitas vezes com condições extremas, de modo a fornecer dados em tempo real que serão muito importantes em acções de fiscalização”.

No âmbito do projecto, que arranca no próximo ano, vai ser desenvolvida uma infra-estrutura dinâmica” para a navegação e comunicação, em tempo real, dos sistemas de mineração, bem como desenvolvido um laboratório móvel de alta tecnologia que possa ser transportado para “ambiente de operação real”. O desenvolvimento de uma “estrutura de governança holística” para a exploração sustentável dos recursos oceânicos da Europa é também outra das missões do projecto.

O projecto, financiado em 16 milhões de euros, 12 dos quais pelo programa Horizonte Europa, da Comissão Europeia, reúne 26 instituições de diferentes áreas (observação do mar, exploração subaquática, investigação e inovação) oriundas de dez países.

Além do instituto do Porto, o projecto integra quatro instituições portuguesas, nomeadamente, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação (ARDITI), a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental e a Fórum Oceano.