Universidade de Aveiro submete patente de biomaterial para tratar tecidos inflamados

Desenvolvido pela Universidade de Aveiro, o novo biomaterial poderá ser importante para facilitar a aceitação de órgãos transplantados ou a regeneração de tecidos.

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Novo biomaterial criado na Universidade de Aveiro poderá ser importante para o transplante de órgãos Maria João Gala

A Universidade de Aveiro revelou esta sexta-feira que foi feito o pedido europeu de patente para um novo biomaterial para o tratamento de tecidos inflamados ou alvo de rejeição imunológica em transplantes.

A tecnologia “pretende actuar como uma plataforma para o tratamento de tecidos localmente inflamados e/ou alvo de rejeição imunológica em contextos de trauma, doença auto-imune ou em caso de transplantação”, esclarece uma nota de imprensa da Universidade de Aveiro.

Trata-se de um biomaterial com forma controlada e capacidade de modular o ambiente imunológico localmente, desenvolvido com intuído de gerar benefício no contexto de terapias de modulação localizada do sistema imunitário.

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Mariana Oliveira, Ana Rita Sousa e João Mano formam parte da equipa responsável por este novo biomaterial Universidade de Aveiro

Conforme explica Mariana Oliveira, do grupo de investigação responsável pelo novo biomaterial, “os medicamentos imunossupressores sistémicos e anti-inflamatórios clássicos actuam de forma não localizada e não específica, tendo efeitos prejudiciais na saúde dos doentes, devido à necessidade de toma prolongada em várias doenças inflamatórias, assim como no contexto de transplantação de órgãos e tecidos”.

“Os mecanismos de acção dos produtos desenvolvidos com esta invenção pretendem gerar benefício como terapias imunossupressoras, anti-inflamatórias e pró regenerativas localizadas, com potencial para controlar especificamente os componentes do sistema imunitário que provocam a reacção inflamatória indesejada, permitindo, por exemplo, a redução do uso de medicamentos imunossupressores sistémicos clássicos, facilitando a indução de aceitação de órgãos ou tecidos transplantados, ou a regeneração de tecidos”, explica.

O pedido europeu de patente surge na sequência do trabalho do grupo de investigação COMPASS, liderado por João Mano, da Universidade de Aveiro e membro do laboratório associado Ciceco – Instituto de Materiais de Aveiro.

O desenvolvimento do biomaterial foi coordenado pela investigadora Mariana Oliveira, no âmbito do projecto TranSphera, da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.