Tripulantes de cabina da TAP afastam greve no Natal

Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil diz que “até ao próximo dia 27 de Dezembro, inclusive, não vai haver qualquer dia de greve”.

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Depois da greve da TAP nos dias 8 e 9 de Dezembro, pode haver mais paralisações Nuno Ferreira Santos

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) afirmou esta quarta-feira que “até ao próximo dia 27 de Dezembro, inclusive, não vai haver qualquer dia de greve”. De acordo com o comunicado do sindicato, a decisão foi tomada porque uma paralisação no período de Natal “afectaria directamente a diáspora portuguesa” que aproveita esta quadra “para visitar as suas famílias e os seus entes mais queridos, bem como os portugueses que se deslocam nestes dias para visitar os seus familiares no estrangeiro”.

Fica em aberto, no entanto, a hipótese de uma greve no período de fim de ano. No passado dia 6, em vésperas da greve de dois dias dos tripulantes de cabina da TAP (a 8 e 9 deste mês), ficou decidido em assembleia do sindicato que a direcção tinha “luz verde” para marcar um mínimo de cinco dias de greve até ao final de Janeiro. A direcção, liderada por Ricardo Penarroias, tem apenas de comunicar os dias escolhidos aos associados 24 horas antes da entrada do pré-aviso de greve.

No comunicado, o SNPVAC diz que “aproveita uma vez mais para exigir que a administração da TAP respeite os acordos por ela firmados, nomeadamente o Acordo Temporário de Emergência (ATE), já de si excessivamente doloroso para os tripulantes da TAP, pois o seu sistemático incumprimento esmaga financeiramente os seus rendimentos.

No dia 9, quando fez o balanço da greve, o presidente do SNPVAC afirmou que as relações entre as duas partes estavam “bem piores” do que no momento em que a greve desta semana foi decidida, no início de Novembro. Por parte da TAP, a empresa emitiu um comunicado em que afirmou que o acordo temporário de emergência, assinado no ano passado, é “impossível” de reabrir, “uma vez que isso poria em causa o plano de reestruturação e a recuperação da companhia.

A empresa destacou ainda o que diz serem os “maiores desafios” dos tripulantes de cabina: “A produtividade ser mais baixa do que nos principais concorrentes europeus” e “o absentismo ser mais alto do que a média dos restantes trabalhadores da TAP e mais alto do que o dos principais concorrentes europeus”.

Nesta quarta-feira, no âmbito de uma audição parlamentar e em resposta a questões colocadas pelos deputados, o ministro das Infra-Estruturas, Pedro Nuno Santos, considerou que a responsabilidade do problema da TAP não é dos salários, mas, vincou, é preciso que a empresa seja competitiva e que tenha relações laborais que sejam diferentes daquelas que temos tido até agora, de modo a garantir uma maior adaptabilidade aos ciclos que o sector da aviação tem. Se a empresa não tem essa capacidade de adaptação, fica a empresa em situação difícil mas também quem trabalha nela, afirmou o ministro. Os problemas da TAP não são de agora, ciclicamente tem estado ameaçada de morte, e alguma coisa de diferente tem de ser feito, sublinhou Pedro Nuno Santos.

O objectivo, afirmou, não é os trabalhadores receberem menos do que ganhavam menos em 2019, mas é necessário que a TAP tenha regras e relações laborais que sejam diferentes daquelas que vivíamos em 2019. E isso, acrescentou, implica que consigamos renegociar os acordos de empresa para termos uma empresa viável, sustentável, que possa, no futuro, poder pagar melhores salários. A empresa só poderá pagar melhores salários se produzir valor e para isso precisamos de rever muitas coisas dentro da empresa, entre elas, as relações laborais, concluiu o ministro.

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