Jovem atingido a tiro por polícia grega morre no hospital

Kostas Fragoulis, 16 anos, de etnia cigana, terá posto 20 euros de combustível sem pagar. Polícia atingiu-o com dois tiros, um na cabeça, durante a fuga.

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Protestos na sexta-feira, quando o polícia que disparou contra Kostas Fragoulis, foi presente a tribunal ACHILLEAS CHIRAS/EPA
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Manifestantes mostram notas de 20 euros, que terá sido a quantia não paga por Fragoulis pela gasolina que pôs ACHILLEAS CHIRAS/EPA

A morte de Kostas Fragoulis, de 16 anos, durante uma perseguição policial em que foi atingido com um tiro na cabeça, está a levar a um renovado debate sobre violência policial na Grécia e a protestos contra a polícia.

Fragoulis terá fugido de uma bomba de gasolina depois de não ter pago 20 euros de combustível que pôs na carrinha que conduzia, a 5 de Dezembro, em Salónica, a segunda maior cidade da Grécia.

No dia seguinte, a 6 de Dezembro, assinalava-se o aniversário da morte de Alexandros Grigoropoulos, 15 anos, em Exarchia, Atenas. Grigoropoulos foi morto, em 2008, por um tiro de um polícia, uma morte que desencadeou protestos violentos e motins que duraram semanas, e o dia do aniversário da sua morte é também habitualmente marcado por protestos. O polícia que matou Grigoropoulos foi condenado a prisão perpétua (alegou que disparou apenas tiros de aviso, mas perícias mostraram que disparara na direcção da vítima, uma das balas desviou-se ao embater numa superfície dura e atingiu o coração de Grigoropoulos)​.

O caso de Fragoulis está a ser visto como tendo algo diferente: a vítima ser cigana. “Não foi por causa da gasolina, não foi por causa do dinheiro, foi porque ele é cigano”, diziam grafitti escritos em paredes de Atenas no dia seguinte, conta a correspondente do diário britânico The Guardian na capital grega, Elena Smith.

O polícia que o atingiu diz que o fez para evitar que o jovem desviasse o veículo para atingir a segunda mota da polícia que o perseguia. O tiro deixou-o em estado crítico, e houve manifestações contra a acção da polícia – segundo as autoridades, cerca de 11 mil pessoas saíram à rua em várias cidades gregas.

Houve conversações entre as autoridades e líderes da comunidade cigana para tentar minorar a violência e uma grande presença policial em várias cidades. No dia em que o polícia foi presente a tribunal, na sexta-feira, um vídeo mostrava vários agentes da polícia a deitar ao chão um homem, identificado como sendo o pai da vítima.

Este não foi o primeiro caso de uma morte entre a comunidade pela polícia: o ano passado Kikos Sampanis, de 18 anos, foi morto também numa perseguição policial perto de Atenas.

O chefe da Federação dos Roma da Macedónia Central e Ocidental culpou “o racismo” contra a comunidade e disse que este é mais um caso de alguém da comunidade ser atingido só por pertencer a ela. De acordo com o Conselho da Europa, citado pela BBC, os roma (ciganos) são a maior minoria da Grécia, com cerca de 270 mil pessoas, a maioria a viver em acampamentos, e abaixo do limiar da pobreza.

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