Ucrânia atinge quartel russo em Melitopol após ataques em Odessa
Moscovo usou drones iranianos para deixar sem electricidade 1,5 milhões de pessoas na cidade ucraniana. Ucrânia usa sistema de mísseis norte-americano para atacar tropas russas.
A Ucrânia atacou quartéis russos na cidade de Melitopol, uma das regiões controladas por Moscovo em território ucraniano desde o início da invasão de 24 de Fevereiro. Os mísseis lançados por Kiev terão destruído instalações ocupadas por mercenários do grupo Wagner, que combate na Ucrânia pelo Kremlin.
O número de vítimas provocadas pelos ataques ucranianos varia consoante o lado ouvido: enquanto fontes de Kiev garantem uma contagem de mortos muito elevada – sem precisar números exactos –, as fontes pró-Moscovo admitem apenas a existência de duas mortes e dez feridos.
Testemunhas no local confirmam ter ouvido uma dezena de explosões, mas não é claro se todas se deveram aos mísseis ucranianos ou ao sistema de defesa antimíssil russo. Os vídeos partilhados nas redes sociais mostram incêndios aparentemente provocados pelos mísseis, com algumas publicações a mostrarem vários cadáveres espalhados pela área.
O ataque em Melitopol seguiu-se a mais uma série de golpes contra a infra-estrutura básica ucraniana. As investidas russas, que recorreram a drones de fabrico iraniano, deixaram a cidade portuária de Odessa sem electricidade, com mais de 1,5 milhões de pessoas afectadas pelo “apagão”.
As dificuldades provocadas pelos ataques russos foram um dos pontos abordados por Volodymyr Zelensky no seu discurso diário de sábado.
“A situação na região de Odessa é muito difícil”, começou por afirmar o Presidente ucraniano, dizendo que a gravidade dos golpes desferidos pelo Kremlin levará “mais do que umas horas” a resolver.
De acordo com os responsáveis pró-russos em Melitopol, os ucranianos usaram lançadores de mísseis Himars ((High Mobility Artillery Rocket System), fornecidos pelos Estados Unidos, para atacar a cidade. O sistema M142 Himars que Washington enviou para Kiev nos últimos meses é uma versão modernizada, mais leve e mais ágil do que o M270 MLRS, desenvolvido na década de 1970 pelas forças americanas e aliadas.
Através de uma mensagem deixada no Telegram e citada pelo jornal britânico The Guardian, o ex-Presidente russo Dmitri Medvedev deixou o aviso ao Ocidente de que a Rússia está a intensificar a produção de armas, com especial ênfase no armamento pesado.
"Estamos a aumentar a produção dos meios de destruição mais poderosos. Incluindo os que se baseiam em novos princípios”, escreveu Medvedev. Este armamento incorporará a mais avançada tecnologia e tem como intenção proteger a Rússia dos inimigos da Europa, Estados Unidos e Austrália, garantiu.