Há leões, macacos, libelinhas, pandas. Só que não se mexem: são feitos de plástico, de madeira, de pedra e de todo o lixo que a humanidade produz em excesso – parecem ser restos, mas são a matéria-prima de Bordalo II. O artista plástico português já tem espalhado vários destes animais feitos de resíduos por todo o mundo e refere que este é um alerta para uma sociedade que gasta mais recursos do que deveria.

A exposição está no EduHub Lisboa, é de entrada gratuita e era para terminar este domingo, 11 de Dezembro, mas a exposição foi alargada até dia 18 de Dezembro. Pode visitar de quarta a domingo, entre as 14h e as 20h, sendo que a última entrada é às 19h. Se não teve oportunidade de visitar, pode explorar a exposição nesta fotogaleria.

A exposição recebeu o nome de Evilution, um trocadilho entre “evolução” e o “mal” (evil, em inglês). “A forma como nós, enquanto sociedade e Humanidade, temos evoluído é, em muitos aspectos, negativa, quase diabólica. Daí o trocadilho”, explicava o artista à Lusa antes de o espaço ter aberto portas, a 8 de Outubro.

Encontrar desperdícios para criar, “infelizmente, continua a ser fácil”, alerta Bordalo II. “Mesmo mudando o material, existe uma grande diversidade de coisas que podem ser utilizadas, o que é interessante do ponto de vista artístico e é triste do ponto de vista da vida”, afirmou, em Outubro.

Além da exposição de Bordalo II, há ainda uma exposição contígua (no pavilhão ao lado) chamada Chapter One, do artista convidado Nature the Artist, em que vemos como os humanos impregnam a natureza de destruição. Há uma sala do “caçador” em que vemos objectos do dia-a-dia como se fossem objectos raros: quadros com sacos e resíduos de plástico ou garrafas de plástico fossilizadas.