As histórias que os quartos-de-final tiveram para contar
A eliminação de Portugal foi o principal tema dos quartos-de-final do Mundial, durante os quais também se bateram vários recordes e houve acontecimento inéditos na história do torneio.
Com os quatro semifinalistas do Mundial já encontrados, os quartos-de-final foram repletos de momentos históricos e de heróis improváveis. A vitória de Marrocos sobre Portugal foi memorável por diferentes motivos, mas também o foram os outros três jogos.
Uma vitória de África
Após muitas selecções africanas sonharem com este objectivo, Marrocos foi mesmo a primeira a atingir as meias-finais de um Mundial. O seu treinador, Walid Regragui, é também o primeiro técnico africano a chegar a esta fase, ele que ainda não perdeu pela selecção (cinco vitórias em oito jogos). Os marroquinos também têm o mérito de, após cinco jogos, só terem sofrido um golo (e foi um autogolo) no Mundial.
O carrasco de Portugal
Esta não foi a primeira vez que Portugal perdeu com Marrocos no Mundial – tal já ocorrera em 1986. De facto, em sete jogos que a selecção nacional já teve contra equipas africanas em Mundiais, só perdeu contra os marroquinos.
Portugal alcança terceira melhor classificação de sempre
Foi a primeira vez que Portugal caiu nos quartos-de-final de um Mundial, o que não deixa de ser a terceira melhor classificação dos lusos no torneio, atrás do 3.º lugar de 1966 e do 4.º lugar de 2006.
Em lágrimas, Ronaldo alcançou novo recorde
Cristiano Ronaldo jogou 47 minutos contra Marrocos e assim alcançou a sua 196.ª internacionalização, sendo agora o jogador com mais internacionalizações por uma selecção de sempre, a par de Al-Mutawa, do Kuwait.
Meias-finais diversificadas
Com Argentina, Croácia, França e Marrocos nas meias-finais do Mundial, é apenas a terceira vez que estão representadas três equipas de três confederações diferentes nesta fase da competição. As outras ocasiões foram em 1930 (com a participação dos Estados Unidos) e em 2002 (com a participação da Coreia do Sul), sendo a presença de equipas europeias e sul-americanas o denominador comum.
Equipas goleadoras despedem-se
De momento, Portugal e Inglaterra são as equipas com mais golos marcados no Mundial (13 e 12 respectivamente), mas foram ambas eliminadas nos quartos-de-final. Já Marrocos é a defesa menos batida da competição, com apenas um golo sofrido (a Tunísia tem o mesmo registo, mas com menos dois jogos realizados).
Países Baixos vs Argentina teve recorde de amarelos
Depois de, em todos os jogos dos oitavos-de-final, só terem sido mostrados 14 cartões amarelos, o duelo dos "quartos" entre Países Baixos e Argentina teve mais - 17. Passou mesmo a ser o jogo com mais cartões amarelos da história do Mundial, ultrapassando o Países Baixos vs Portugal de 2006. No entanto, a “Batalha de Nuremberga” ainda é o jogo com mais cartões mostrados (20).
Neerlandeses de novo invictos e eliminados
Depois do Mundial de 2014, os Países Baixos voltaram a ser eliminados da competição sem perderem nenhum jogo no tempo regulamentar. E nos dois casos, só caíram nos penáltis e perante o mesmo adversário, a Argentina.
Messi continua em boa forma
Com um golo de penálti frente aos neerlandeses, Lionel Messi igualou Gabriel Batistuta como o maior goleador da “albiceleste” em Mundiais, tendo ambos 10 golos. No mesmo jogo, “la pulga” actuou pela 24.ª vez num Mundial, estando agora a apenas um de igualar o recordista de jogos em Mundiais, o germânico Lothar Matthaus.
Brasil continua em busca do hexacampeonato
Ao perder nos penáltis ante a Croácia, o Brasil participou no quinto Mundial consecutivo sem o conseguir ganhar, igualando o pior registo da sua história (esteve sem ganhar desde 1970 a 1994). Para além disso, desde que venceu o seu último Mundial (em 2002), onde derrotou a Alemanha na final, a “canarinha” nunca mais ultrapassou uma eliminatória em que enfrentasse uma selecção europeia.
Neymar alcança Pelé
Autor do único golo do Brasil nos quartos-de-final, Neymar chegou aos 77 golos pelo “escrete”, igualando assim Pelé no topo da lista dos melhores marcadores de sempre da selecção brasileira.
Croácia imbatível nas grandes penalidades
Já foram quatro as vezes que a Croácia decidiu uma eliminatória num Mundial na marcação de penáltis, e até agora, venceu-as todas: à Dinamarca e à Rússia em 2018 e ao Japão e ao Brasil em 2022.
O prodígio Bellingham não pára de bater recordes
Com apenas 19 anos, Jude Bellingham foi titular em todos os jogos de Inglaterra no Mundial e no último, a derrota com França nos quartos-de-final, tornou-se no inglês mais novo de sempre a iniciar um jogo dessa fase do torneio por Inglaterra.
Harry Kane é o melhor marcador inglês
Ao bater o seu colega de equipa no Tottenham, Hugo Lloris, de penálti, Harry Kane igualou o registo de Wayne Rooney de 53 golos marcados pela selecção dos “Três Leões”, tendo ainda alcançado esse feito com menos 40 jogos realizados (Kane tem 80 e Rooney 120). Teve hipótese de se isolar no topo da lista, mas o penálti que falhou ao minuto 84 impossibilitou isso e consumou a eliminação de Inglaterra.
Hugo Lloris - o francês mais internacional
Aos 35 anos, e pelo quarto Mundial consecutivo, Hugo Lloris tem sido dono e senhor da baliza gaulesa e na vitória sobre Inglaterra realizou a sua 143ª internacionalização pelo país. Deste modo, é agora o jogador que actuou mais vezes por França, tendo ultrapassado o registo de Lilian Thuram.
Texto editado por Jorge Miguel Matias