Condenadas três pessoas a 30 anos de prisão por conspiração para matar Maduro
Arguidos foram condenados na sexta-feira por “terrorismo, traição à pátria e associação criminosa”.
A justiça da Venezuela condenou a 30 anos de prisão, a pena máxima no país, três pessoas, incluindo dois militares, acusadas de conspirar para assassinar o Presidente venezuelano Nicolás Maduro em 2018, anunciaram familiares.
O coronel aposentado Juan Francisco Rodríguez, o antigo major Juan Carlos Marrufo e a mulher de Marrufo, Maria Delgado Tabosky, foram condenados na sexta-feira por “terrorismo, traição à pátria e associação criminosa”.
A decisão foi tomada numa sessão de julgamento que começou na noite de quinta-feira e terminou na manhã de sexta-feira, disse à AFP um familiar dos arguidos.
Maria Delgado Tabosky é ainda irmã de Osman Delgado Tabosky, acusado pelo Governo de Maduro de ter financiado o atentado e de ter fornecido dois drones (aeronaves não tripuladas), a partir dos Estados Unidos.
Um dos drones provocou duas explosões na Avenida Bolívar, no centro de Caracas, durante uma parada militar para assinalar o 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar), a escassos metros de um palco onde estavam Maduro e outros altos representantes governamentais e militares, a 4 de Agosto de 2018.
O Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenção Arbitrária disse em 2019 que as detenções de Maria Delgado Tabosky e Juan Carlos Marrufo foram “arbitrárias”. O casal estava detido há três anos e oito meses na capital venezuelana, Caracas.
Em Agosto, o Tribunal Especial contra o Terrorismo tinha condenado outros 17 arguidos, incluindo um ex-deputado da oposição e três militares, no mesmo caso.
O tribunal condenou 11 homens a 30 anos de prisão, a pena máxima permitida pela legislação venezuelana. Entre os arguidos, encontravam-se três mulheres, duas delas condenadas a 24 anos de prisão.
A cerimónia de 4 de Agosto de 2018 estava a ser transmitida em directo pelas rádios e televisões venezuelanas quando ocorreram as duas explosões.
Antes de a televisão venezuelana suspender a transmissão, foi possível ainda ver o momento em que militares romperam a formação para retirar as individualidades oficiais presentes no local. Várias pessoas ficaram feridas nas explosões.