Sempre que passo por Entrecampos, regressa a multidão que aguardava pelos autocarros dos subúrbios. Não é a única memória e a mais alegre do lugar. Outra vem mais colorida, a reboque do tilintar das máquinas, do sopro veloz dos carris, do burburinho da juventude. É a da Feira Popular que, risonha, me anunciava o início das Férias. Risonha é verdade e, todavia, nem sempre gentil. Ao contrário dos meus primos, eu evitava a rua (ou seria a avenida?) das casas-fantasma. Os bonecos pareciam-me demasiados reais e temia o que se escondia no interior daqueles casas: monstros. Agora nem monstros, nem casas-fantasmas, menos ainda montanhas-russas. Antes, uma planície vazia da qual foram arrancadas todas as ruínas.
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