Petróleo sobe em dia de entrada em vigor do embargo à Rússia

Preço do barril de Brent sobe para 87 dólares depois de a OPEP anunciar que o corte à produção do cartel vai prolongar-se.

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UE vai embargar 90% das importações de petróleo russo até final do ano Reuters/Sergei Karpukhin

Em dia de entrada em vigor do embargo da União Europeia (UE) ao petróleo russo, e depois de se saber que a OPEP decidiu manter inalteradas as quotas de produção pelo menos até Junho do próximo ano, os preços do crude subiram tanto no mercado europeu como norte-americano.

O barril de Brent que serve de referência às importações europeias valia esta segunda-feira 87 dólares, com uma valorização de 1,44%. No caso do WTI, a referência nos Estados Unidos, a subida era de 1,32%, para 81,3 dólares.

A medida mais emblemática do sexto pacote de sanções contra a Rússia – o embargo às exportações de petróleo e produtos refinados russos por via marítima, que passou a ter força de lei na sexta-feira passada – poderá ditar para o Kremlin uma perda de receitas de mil milhões de euros por dia até ao fim do ano.

Mas causa também mais pressão sobre as economias, que devem procurar alternativas ao crude russo, numa altura em que o cartel dos países produtores mantém as restrições à produção.

Se a política de “covid zero” chinesa teve alguma influência no abrandamento de procura de petróleo a nível global, o facto de Pequim estar a aliviar as medidas de confinamento devido aos protestos nas principais cidades e a retoma da actividade económica da China poderá vir a acelerar a procura, num momento em que o cartel liderado pela Arábia Saudita – e próximo da Rússia – persiste com o corte anunciado em Outubro.

A OPEP, que reduziu a produção de petróleo em dois milhões de barris de crude por dia, face ao nível de produção em Agosto, anunciou que este corte é “necessário” e “acertado” e irá persistir pelo menos até ao próximo Verão, quando os ministros da energia do cartel voltarem a encontrar-se.

Do lado europeu, mantém-se a determinação de acabar com uma das principais fontes de financiamento da máquina de guerra russa, ao pôr cobro a mais de dois terços das importações europeias de crude e refinados até ao fim do ano.

Apenas continuará em funcionamento o oleoduto Druzhba que é a única via de fornecimento dos países sem entradas marítimas: Hungria, República Checa e Eslováquia, que representam uma quota de apenas 10% no total das importações europeias.

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