Alexis Mac Allister: o “irlandês” titular na Argentina

Com um apelido invulgar para um argentino, Mac Allister, jogador combativo e tecnicamente evoluído, está ser influente na selecção “albiceleste”.

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Mac Allister celebra o golo marcado contra a Polónia, no Mundial 2022. Reuters/ISSEI KATO

O duelo com a Polónia estava a ser complicado para a Argentina. Messi falhara um penálti e o nervosismo na equipa aumentava. Depois da inesperada derrota com a Arábia Saudita, era imperioso vencer os polacos para continuar no Mundial e tal só começou a parecer possível quando um jogador com nome irlandês inaugurou o marcador e encaminhou a sua equipa para a vitória por 2-0.

Pode ser invulgar ver um Mac Allister com a camisola da “albiceleste”, mas trata-se de um apelido já com história na selecção – Carlos, o pai de Alexis, fez três jogos pela mesma, um deles especial para os argentinos, em 1994, numa vitória por 1-0 sobre a Austrália (golo de Batistuta). O jogo, em Buenos Aires, foi o último que Maradona realizou em solo nacional pela Argentina.

28 anos depois, é o filho de Carlos, Alexis, que se afigura cada vez mais como um jogador proeminente numa equipa que anseia pelo seu terceiro título Mundial.

Raízes e formação de Mac Allister

Numa entrevista ao site inglês The Athletic, Carlos desvendou um pouco das origens da sua família. “Viemos para a Argentina, para um local chamado Pergamino, há três ou quatro gerações, depois os meus pais foram para Santa Rosa, na província de La Pampa, que foi onde o Alexis nasceu”.

Alexis cresceu em Buenos Aires e fez a formação no Argentino Juniors (seguindo assim as pisadas do seu pai). Em Janeiro de 2019, com 21 anos, o Brighton & Hove Albion comprou o seu passe por oito milhões de euros. Durante esse ano, foi emprestado ao seu clube de formação e o seu clube de coração, o Boca Juniors, e ainda fez a sua estreia pela selecção.

Em 2020 teve finalmente a oportunidade de se afirmar na equipa inglesa, fez a sua estreia a sete de Março mas depois só voltaria a jogar em Junho, após o mundo entrar em confinamento. Assim, os primeiros tempos no Brighton não foram fáceis. De facto, talvez por vir de uma família que já é argentina há mais de um século, o temperamento latino marca um pouco a personalidade de Alexis.

Em declarações ao jornal inglês The Sun, Mac Allister revelou que, após chegar ao clube do Sul de Inglaterra, não ficou contente com a posição em que o treinador Graham Potter (actualmente no Chelsea) lhe deu na equipa: “Eu queria matá-lo, mas faz parte do futebol. Ele foi muito prestável (…) hoje sou um melhor jogador, por isso, tenho muito a agradecer-lhe”.

O jogador que é trata-se de um médio de técnica apurada e forte no passe, com apetência para jogar na meia-esquerda (como acontece na selecção), mas que também se sente confortável num “duplo-pivot", como tem acontecido esta época no clube.

De momento, já fez 86 jogos pelo Brighton e foi figura importante na campanha da época passada, que levou o clube ao 9.º lugar da Premier League, a sua melhor classificação de sempre.

Agora no seu primeiro Mundial, conquistou a confiança do seleccionador Lionel Scaloni, foi titular nos últimos três jogos, algo que não se prevê que se altere no duelo dos quartos-de-final com os Países Baixos, às 19h do próximo dia nove.

Texto editado por Jorge Miguel Matias

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