Livakovic deixou o Japão a 11 metros de um apuramento histórico

Croatas e japoneses empataram a um golo nos 120 minutos, mas os europeus foram mais eficazes nas grandes penalidades e qualificaram-se para os quartos-de-final do Mundial 2022.

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Livakovic defendeu três penáltis japoneses Reuters/LEE SMITH

Ao quinto jogo dos oitavos-de-final do Mundial 2022 houve, pela primeira vez, emoção até final, mas, mais uma vez, o prato da balança pendeu para o favorito. Após derrotar a Alemanha e a Espanha, o Japão esteve muito perto de voltar a levar ao tapete uma das principais selecções europeias, mas, no momento decisivo, faltaram 11 metros aos asiáticos. Depois de 120 minutos de muito equilíbrio, o duelo entre o Japão e a Croácia foi decidido no desempate por grandes penalidades, onde Dominik Livakovic fez a diferença: o guarda-redes do Dinamo Zagreb defendeu três dos quatro remates japoneses, colocando os vice-campeões nos quartos-de-final.

A Croácia tem, nos últimos anos, alimentado o futebol mundial com alguns dos seus mais talentosos jogadores. No entanto, as grandes estrelas croatas têm sido, por regra, médios ou avançados - Luka Modric, Ivan Rakitic, Robert Prosinecki, Zvonimir Boban e Davor Suker, por exemplo. Os guarda-redes têm passado um pouco despercebidos nas grandes proezas da selecção dos Balcãs, mas, na história croata do Mundial 2022, há um que já ganhou o direito a ter os holofotes apontados na sua direcção: Livakovic.

Quase com 28 anos e uma carreira relativamente discreta em Zagreb – começou no NK; joga há sete épocas no Dinamo -, Livakovic esteve no Mundial 2018 onde, sem jogar – os guarda-redes utilizados foram Subasic e Kalinic - viu a Croácia chegar à final. Quatro anos depois, os croatas podem agradecer ao seu “número 1” por continuarem na luta pelo regresso ao jogo decisivo de um Mundial.

Com apenas um golo sofrido na fase de grupos, a Croácia teve nos “oitavos” um rival que tinha oscilado nas três primeiras partidas entre o excelente (triunfos contra alemães e espanhóis) e o medíocre (derrota frente à Costa Rica). Ao quarto jogo no Qatar, os japoneses voltaram a mostrar conforto em assumir o papel de underdog.

Perante uma Croácia que tem exibido mais qualidade do que quantidade – nove croatas foram titulares em todos os jogos deste Mundial -, o seleccionador japonês voltou a apostar em Morita para comandar o meio-campo nipónico e, no estádio Al Janoub, a partida teve sempre qualidade e duas equipas a jogarem com cautelas q.b., sem abdicarem de atacar.

Com oportunidades repartidas durante a metade inicial, foi de bola parada que o Japão, pela primeira vez no Qatar 2022, conseguiu ser a primeira equipa a marcar: aos 43’, após um canto, Daizen Maeda, que jogou no Marítimo em 2019/20, aproveitou um mau corte de um adversário e bateu Livakovic.

As ondas de choque do golo japonês tiveram repercussões no início da segunda parte. Tal como tinha acontecido contra o Canadá, onde demorou a reagir depois de estar em desvantagem, a Croácia acusou o golo e permitiu que o Japão estivesse por um par de ocasiões perto do 2-0. Porém, sem ter feito nada por isso no segundo tempo, a Croácia empatou. Com mestria, Lovren colocou a bola na área e Perisic, com um remate de cabeça de muita qualidade, empatou – o experiente extremo do Tottenham marcou pelo terceiro Campeonato do Mundo consecutivo e igualou Suker como melhor marcador croata na competição (seis golos).

Com tudo de novo igualado, o jogo voltou ao equilíbrio dos primeiros 45 minutos, com ligeiro ascendente dos europeus. Todavia, com o avançar do relógio, o que reduzia a margem de erro, e as substituições dos dois lados, a partida foi gradualmente perdendo qualidade e as oportunidades começaram a escassear, mas, a meio do prolongamento, Livakovic começou a fazer a diferença com uma defesa por institinto que impediu que Mitoma marcasse.

Assim, com um golo para cada lado, ficou tudo por decidir no desempate por penáltis, onde Livakovic foi herói, defendendo três dos quatro remates japoneses, que continuam ser conseguir chegar aos quartos-de-final de um Mundial. Para a Croácia, será a terceira vez, segunda de forma consecutiva.

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