Filmes de Miguel Gomes e Teresa Villaverde recebem apoio do Eurimages

The Grand Tour, de Miguel Gomes, e Justa, de Teresa Villaverde, estão entre as 24 longas-metragens abrangidas por este programa de fomento do Conselho da Europa.

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Teresa Villaverde vai rodar uma longa-metragem inspirada nos incêndios de 2017 RUI GAUDÊNCIO

Dois projectos cinematográficos portugueses vão receber apoio financeiro do Conselho da Europa, através do Eurimages. O programa de apoio a co-produções, com um total de 6,7 milhões de euros, vai contemplar 24 longas-metragens, entre as quais Justa, de Teresa Villaverde, e The Grand Tour, de Miguel Gomes.

Justa, que receberá 415.000 euros do Eurimages, tem produção e realização de Teresa Villaverde, em co-produção com França, e conta ainda com apoio financeiro do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) e da RTP. O orçamento total do filme ronda 1,5 milhões de euros.

“O projecto começou a ser desenvolvido depois dos terríveis fogos de 2017 em Portugal, mas é uma ficção livre” sobre “um pequeno grupo de sobreviventes, todos homens, que perderam as mulheres nos incêndios, e uma criança. Todos a aprender a viver nas suas novas condições”, explicou a realizadora à agência Lusa.

O elenco contará, entre outros, com o actor sérvio Miki Manojlovic, o francês Robinson Stevenin e os portugueses Francisco Nascimento e Filomena Cautela.

Teresa Villaverde disse ainda que o filme será rodado nos concelhos de Oleiros, Pampilhosa da Serra e Lousã, e que as filmagens arrancam em Janeiro.

The Grand Tour, longa-metragem de ficção de Miguel Gomes, receberá 500 mil euros do Eurimages e será rodada em 2023 em Portugal e em Itália, referiu à Lusa a produtora Filipa Reis, da Uma Pedra no Sapato.

O filme, que também tem apoio financeiro do ICA, é uma co-produção com Itália, França e Alemanha e tem argumento co-assinado por Miguel Gomes, Mariana Ricardo, Telmo Churro e Maureen Fazendeiro.

O filme acompanhará “os noivos Edward e Molly, em 1918, da Birmânia à China, numa viagem emocional e física, ligando o Oriente e o Ocidente, género e sexo, tempo e espaço, realidade e ficção, mundo e cinema”, lê-se na sinopse divulgada na publicação Cineuropa.

Em 2021, quando estreou Diários de Otsoga, em co-autoria com Maureen Fazendeiro, Miguel Gomes explicou à Lusa que The Grand Tour seria um filme de estúdio, embora a narrativa ficcional se passe no Oriente.

Na preparação deste filme, ainda antes da pandemia, Miguel Gomes conseguiu fazer um arquivo de viagem na Ásia, para traçar o trajecto das personagens, remetendo grande parte das filmagens agora para 2023.

Miguel Gomes tem ainda em desenvolvimento o filme Selvajaria, que adapta o livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, a rodar no Brasil e com elenco brasileiro.

Este é o terceiro lote de apoio financeiro a produções de cinema anunciado este ano pelo programa Eurimages.

Em Junho, na segunda sessão de avaliações, com uma verba total de 6,5 milhões de euros, foi anunciado que entre os projectos a apoiar estava Sob a Chama da Candeia, de André Gil Mata (140 mil euros).

A ele juntam-se ainda outros projectos que envolvem co-produtoras nacionais: The Rye Horn, da espanhola Jaione Camborda Coll, entre Espanha, Bélgica e Portugal, com 312 mil euros, e Re-Writing, do espanhol Victor Iriarte, com 232 mil euros, numa co-produção entre Espanha, Portugal e França.

Em Março, o Eurimages revelou que o documentário Nha Terra Nha Força, de Paulo Carneiro, receberia 49 mil euros.