“É como ver almas a voar”: veja o voo de esperança destas borboletas ameaçadas

As borboletas-monarca estão ameaçadas, mas a sua chegada aos milhões ao México dá um laivo de esperança de que consigam resistir às alterações climáticas e aos humanos.

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As borboletas-monarca no santuário do México Raquel Cunha/REUTERS
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As borboletas-monarca no santuário do México Raquel Cunha/REUTERS
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As borboletas-monarca no santuário do México Raquel Cunha/REUTERS
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As borboletas-monarca no santuário do México Raquel Cunha/REUTERS
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Uma borboleta-monarca no santuário do México Raquel Cunha/REUTERS
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As borboletas-monarca no santuário do México Raquel Cunha/REUTERS
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As borboletas-monarca no santuário do México Raquel Cunha/REUTERS
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O santuário mexicano por onde voam as borboletas Raquel Cunha/REUTERS
Borboleta monarca
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As borboletas-monarca no santuário do México Raquel Cunha/REUTERS
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O santuário de borboletas no México Raquel Cunha/REUTERS
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Os visitantes que vieram espreitar as borboletas Raquel Cunha/REUTERS
Árvore
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Alguns visitantes a observarem as borboletas que flutuam pelos ares Raquel Cunha/REUTERS
Vertebrado
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As borboletas-monarca no santuário do México Raquel Cunha/REUTERS
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Uma borboleta-monarca no santuário do México Raquel Cunha/REUTERS
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As borboletas-monarca no santuário do México Raquel Cunha/REUTERS
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As borboletas-monarca no santuário do México Raquel Cunha/REUTERS

Ao longe, parecem folhas de Outono. Mas são milhões e milhões de borboletas-monarca que cobrem as árvores de tons de castanho, laranja e preto. Enquanto o ar da montanha vai aquecendo, elas voam por cima dos visitantes que as observam, encantados. Estas pessoas vieram assistir à tradição anual destas borboletas, que ainda perdura, apesar da pressão gerada pelas ameaças ambientais e humanas.

Todos os anos, as borboletas-monarca migram e viajam cerca de 3000 quilómetros desde a zona Este dos Estados Unidos e do Canadá para passar o Inverno nas florestas do México. O aparato voador leva centenas de visitantes até Sierra Chincua, um santuário para estas borboletas na zona Oeste do estado mexicano de Michoacan, que fica a cerca de três horas de carro da Cidade do México.

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O voo das borboletas-monarca Raquel Cunha/REUTERS

“O turismo ajuda a conservar a floresta, é como sustentamos as nossas famílias”, disse Juan Vidal, um dos guardas-florestais que patrulham a floresta e trabalham também como guias. Juan, que tem agora 54 anos, diz que há muito menos borboletas do que havia quando aqui vinha em criança.

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As borboletas-monarca (Danaus plexippus) Raquel Cunha/REUTERS

Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), a população migrante desta borboleta baixou entre 22 e 72% na última década. A espécie é considerada ameaçada pela IUCN desde Julho. Os cientistas apontam como principais culpados as alterações climáticas, os pesticidas e a extracção ilegal de madeira.

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Uma borboleta-monarca no México Raquel Cunha/REUTERS

Antes, as zonas do México em que estas borboletas passavam o Inverno estendiam-se ao longo de 18 hectares, na década de 1990. No último Inverno, essa área era somente de três hectares. Ainda assim, há esperança: no ano passado, a presença destas borboletas aumentou em comparação com 2020.

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As borboletas são um dos vários insectos em declínio Raquel Cunha/REUTERS

Outro dos guardas-florestais da Sierra Chincua, Luis Martinez, espera que este ano ainda haja mais boas notícias. “Temos mais borboletas este ano, há mais que aqui chegaram porque a colónia ficou maior”, diz.

As borboletas-monarca começam a chegar no início de Novembro, por volta do dia 1 de Novembro, Dia de Todos os Santos. No México, há alguns moradores que acreditam que as borboletas representam o regresso das almas dos seus antecessores.

Lizbeth Cerrato, uma das visitantes do parque, descreve a “experiência única” de ver estas borboletas pelos ares: “É como ver almas a voar.”