Podcast Cuidado com o Pet: o que fazer quando o meu cão encontra outro na rua?

Cuidado com o Pet é o podcast do P3 sobre animais de estimação. Neste episódio, descobre como habituar o cão a comportar-se quando encontra outros animais na rua. Segue o podcast nas apps habituais

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O que fazer quando o meu cão reage a outros animais na rua? Sebastian Coman Travel/Unsplash,Sebastian Coman Travel/Unsplash

Para muitos donos, passear o cão não é tarefa fácil. Há animais que decidem cheirar tudo o que encontram, puxam a trela e acabam por guiar o caminho e há ainda os que ficam excitados quando vêem outro cão e se querem aproximar a todo o custo.

Neste episódio do podcast Cuidado com o Pet, estivemos à conversa com a treinadora Cláudia Estanislau, especialista em comportamento de cães na Its All About Dogs, para nos falar sobre como habituar os cães e cadelas a comportarem-se quando encontram outros animais nos passeios e ainda o que não devemos fazer.

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A primeira coisa é perceber se o cão mostra ou não comportamentos agressivos com o outro animal. Assumindo que não é o caso e que está apenas contente por ver outro cão, o dono deve começar o treino – e repeti-lo a cada novo passeio.

Uma das dicas para manteres o teu cão calmo e sossegado “é utilizar comida de alto valor”, começa por explicar a treinadora. “Muita gente usa comida para controlar os cães e muito bem, mas tentam dar um biscoitinho seco ou um bocadinho de ração e o animal não vai comer, porque estar com o outro cão é muito mais apelativo do que estar a comer naquela altura”, acrescenta.

A solução passa por lhe dares salsichas, fiambre ou pedaços de frango cozido, alimentos que a maioria dos cães gosta e valoriza. Se o cão obedece quando lhe pedes para sentar e se estiver sossegado, é altura de o recompensares.

“Outra falha é dar só um pedaço [de comida]”, salienta Cláudia, acrescentando que esse pedaço só vai ter uma determinada duração. O objectivo é que a pessoa alimente o cão durante o tempo em que estiver perto de outro.

Este reforço positivo faz com que o animal aprenda e, com o tempo, se deite e até ignore o outro cão. ”Pensa que é só mais um cão”, assegura. Até lá, explica, “o tutor deve estar constantemente a dar-lhe comida” para o animal perceber que tem que ficar quieto.

Para os cães que têm alergias alimentares e não podem estar sempre a comer guloseimas ou não valorizam a comida, a solução passa por treinar chamamentos utilizando brinquedos, como é o caso das bolas e do jogo do tug (jogo do puxa).

Contudo, aponta Cláudia, estas acções têm um limite e são condicionadas pelo ambiente onde a pessoa está. Se o teu cão vir outro na rua, não podes atirar-lhe uma bola. “Brincar ao jogo do puxa também é restritivo, porque se o cão estiver muito excitado por estar perto de outro isso vai excitá-lo ainda mais e não sei se o outro cão também vai querer entrar na brincadeira”, explica.

A treinadora deixa ainda o alerta: é impossível determinar o tempo que vais precisar para treinares o teu cão, mas também é verdade que és tu que tens um papel fundamental neste processo. Por isso, evita ficar stressado ou tenso, porque o teu animal vai perceber e pode regredir.

Da mesma forma, “manter a trela curta não é solução”, adianta Cláudia. Em vez disso, quando vemos outro cão devemos continuar a caminhar, aumentar a distância e “usar o ambiente como nosso amigo”. “Por exemplo, se há um carro, vou colocar-me atrás para que o meu cão não veja o outro”, conclui.


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