“Irmãos de Armas” com alguns problemas por resolver
Em Bruxelas, ouvem-se críticas mais ou menos veladas aos Estados Unidos, acusando-os de estarem a beneficiar com a guerra na Ucrânia enquanto a Europa está a pagar uma factura pesada.
1. Joe Biden ofereceu ao seu homólogo francês uma recepção na Casa Branca que deixa poucas dúvidas sobre a importância da relação entre os dois países. É uma relação histórica, que nunca foi fácil, mas que resistiu sempre aos ventos adversos da História. A França esteve ao lado dos americanos na guerra pela independência. A América esteve ao lado da França, da batalha do Somme ao desembarque na Normandia, nas palavras do próprio Presidente francês. A visita de Emmanuel Macron a Washington ocorreu, no entanto, em condições excepcionais, quando uma guerra de agressão em grande escala, que se trava no continente europeu, está a abalar a ordem internacional. A invasão russa da Ucrânia teve e tem um enorme impacto na relação transatlântica nas suas diferentes dimensões. Eliminou de um dia para o outro quase todas as dúvidas sobre a importância da NATO no pós-Guerra Fria, reafirmando a sua missão de defesa colectiva. Ninguém hoje, na Europa, questiona o seu papel vital para a segurança europeia. Do outro lado do Atlântico, a Administração Biden também não deixou pairar qualquer dúvida sobre o empenho americano na defesa europeia. Os dois lados estão empenhados no apoio militar, económico e humanitário à Ucrânia e preparados para um conflito prolongado. Mas sofrem os efeitos da guerra de forma diferente. A União Europeia tem de viver com as consequências directas de uma guerra nas suas fronteiras. Os Estados Unidos vivem o impacto indirecto dessa guerra à distância de um oceano.
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