Talvez valha a pena recordar, desse dia, o destino do Ilhoça. José de Oliveira Pinho Rabeca, natural de Espinho e morador em Leça da Palmeira, encontrou o amor da sua vida quando o mar o entregou inanimado, aos repelões, nos braços da prima Joana Taira, perto do Senhor da Pedra, em Gaia. Não há mais nada de belo a contar sobre esse trágico 2 de Dezembro de 1947. A apenas outros cinco pescadores foi concedida a sorte – se é que se pode chamar sorte a ter de carregar tal memória – de sobreviver ao naufrágio de quatro traineiras. Dos outros 152 homens que nelas seguiam, fugindo a um temporal anunciado, restaram, desse dia, amores destroçados, viúvas e órfãos, notícias de jornais, memórias feitas livros, fotografias dos seus rostos e algumas lições.
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