Alterações climáticas
Centenas de pessoas foram retiradas das suas casas submersas no Brasil
As chuvas fortes no Brasil fizeram com que mais de 880 pessoas tivessem de ser retiradas das suas casas submersas no estado de Santa Catarina.
As chuvas fortes no sul do Brasil causaram cheias na quinta-feira e fizeram com que centenas de famílias ficassem encurraladas nas suas casas. No estado de Santa Catarina, foram enviadas equipas de socorro para ajudar a retirar centenas de pessoas afectadas pelas cheias. Na quarta-feira, pelo menos duas pessoas morreram num aluimento de terras que arrastou 16 veículos no estado do Paraná, na auto-estrada que liga os estados do Paraná e de Santa Catarina.
Os vídeos divulgados pela Protecção Civil de Santa Catarina mostram os helicópteros a sobrevoar a zona com águas lamacentas para tentar retirar pessoas das casas que ficaram submersas. Mais de 880 pessoas já foram retiradas, segundo as autoridades, citadas pela Reuters.
As autoridades pedem às pessoas que evitem deslocar-se pelas estradas e foi declarado um estado de emergência em algumas cidades.
As chuvas de Outubro tinham já causado a morte a seis pessoas que viajavam num veículo que foi arrastado pela corrente no Paraná, escreve a agência Lusa. Nessa altura, cerca de 40 cidades deste estado sofreram danos provocados pelas chuvas, que afectaram mais de 22 mil pessoas, levando mais de duas mil a abandonar as suas casas.
Este ano está a ser especialmente trágico no Brasil, com milhares de pessoas retiradas e centenas de vítimas fatais, na sequência de fortes tempestades nos estados da Baía, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e agora Pernambuco.
No final de Maio, deslizamentos e inundações causaram a morte de 128 pessoas no estado brasileiro de Pernambuco. Na cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, uma intensa tempestade deixou cerca de 240 mortos em Fevereiro.
O Brasil já está a sentir “os efeitos das mudanças climáticas: secas, temperaturas extremas e inundações”, disse, em Agosto, Edegar de Oliveira, da organização World Wide Fund for Nature.
O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, afirmou que “os riscos hidrometeorológicos como secas, ondas de calor e frio, ciclones tropicais e inundações, causaram a perda de centenas de vidas, graves danos na produção agrícola e nas infra-estruturas, e o deslocamento da população”.